É redundante dizer da minha auto-estima; baixa, rastejante, na lama - caso crónico e perdido. Não há "happy pill" que pudesse fazer por ela, o que o comprimido azul faz por um qualquer caralhito sarnento, (notem disse "caralhito para almas mais susceptíveis), erguê-lo com toda a pujança nem que por apenas 15 minutos, vá lá, meia hora. É portanto de estranhar, não ter ficado arrasada, ao ponto de partir o vidro do comboio da ponte com a própria mala (à semelhança da velha da série "Duarte e Companhia" parece que levo mesmo um tijolo lá dentro) para me atirar às mais profundas águas do Tejo e assim dizer adeus à humanidade. Vejamos, minutos antes, chego ao quiosque costumeiro para beber café, a mulata de humor volátil pergunta-me "vens mascarada a quê?" - e eu que achava estar com uma pinta descomunal, naquele momento tive a certeza absoluta. Ela rematou "diria que hoje pareces uma chinezinha". Durante o dia muitos olhos se viraram para mim, mas nunca num instante, deixei de me sentir com uma tremenda pinta, uma cidadã europeia, quem sabe caminhando pela Londres cinzentona, que adoro.
