A velhota sentada na estação. Começava a chover. Eu passava de olhos nela, e pensei, tenho uns trapitos que te ficavam lindamente. Agora, quando observo uma mulher, é sempre na perspectiva analítica. Em que te poderei ser útil? - apetece-me pôr os meus serviços a jeito. Silencio-me e passo entre a chuva. A velhota, porém, também me poderia ser útil em qualquer coisa, reforçando a fé há muito perdida. Em mim, talvez nunca a tenha tido, nos outros, nem pensar. Abre um saquinho e retira uma revista que me parece familiar, dirige-se a mim, e eu fujo a sete pés com os ouvidos entupidos pelo som dos "Morphine", procurando "A Cure For Pain".
