segunda-feira, 9 de abril de 2012

Amigas Tóxicas


No metro, a capa da revista Happy, títulos muito apelativos. Não compro imprensa feminina, mas os títulos inspiram-me para algo que nada tem a ver com as lições de moral que se podem ler nas páginas dessa imprensa cor de rosa. Se há característica que me orgulho, pôr à borda do prato quem não constitui uma energia boa na minha vida. Confesso, num ou outro caso, tem sido difícil mandar essas pessoas "pastar", talvez porque me tenha tornado demasiado "mole". Afasto-me gradualmente, para assim o choque não ser frontal, como num acidente de grandes proporções, de fazer parar o trânsito na 25 de Abril. Não consigo deixar de acreditar, no meio da loucura de algumas pessoas, haverá algo que fará de mim um ser humano muito melhor, ao aceitá-las na minha vida, tolerando a diferença ou ( por vezes é intolerável), sentir-me ludibriada e manipulada. Ter consciência disso, já é um bom princípio, saberei à partida com o que contar (ou não). Aprender a lidar com os outros, tal qual são, mesmo que no fundo os consideremos absolutamente desequilibradas, é uma força que me ajuda a manter alguma sanidade mental (por incrível que pareça). Fossem criaturas humildes, recomendava-lhes o meu médico. Assim sendo, sou uma mera receptora das suas contradições, e se antes as tentava compreender, hoje deixei de querer saber, limitando-me a ser um mero receptáculo dos "chorrilhos" delirantes que lhes sai boca fora. Sou louca assumida, mas estou a tratar-me...não me parece haver salvação para quem não pede humildemente ajuda. Já lá vi o tempo de me insurgir, de encontrar forças em mim, a energia que ofereci gratuitamente...sem nunca ser verdadeiramente solicitada. Sou como aquele palhaço do MAC, costuma estar à porta, limito-me a estar, quem quiser senta-se a meu lado, a conversar, a brincar com a minha batatinha na ponta do nariz, mas já não dou, com a paixão que um dia dei o meu coração numa bandeja de ouro.