domingo, 29 de janeiro de 2012

Ao que parece é apenas um tipo ciumento...


o gato, o maldito gato. Desde que trouxe o portátil de casa dos meus pais e o uso na cama, aconchegada nas mantas e computador no colinho, o animal faz birra. Inferniza-me até ao ponto de conseguir com as patinhas, desligar a máquina. Ele já devia saber que é único na minha vida e que só me irá partir o coração quando morrer. Mas afinal, e como diria John Lennon "é só um gajo ciumento" e perante isto, largo o computador por mais uns minutos, afago-lhe o pelo, e depois voltarei às responsabilidades...

A mulher que só quer ser amada


Ontem vi o novo que retrata um pedaço de vida de Miss Monroe. Sou apaixonada pelo ícone e o verdadeiro carácter que se esconde naquele ar tonto. Como actriz não vale grande coisa, nem como cantora, esse foi o seu grande calcanhar de Aquiles, como é de Madonna, com a diferença que a "material mamma" é uma máquina de guerra e Marylin era frágil como cristal. Madonna canta mal, sabe-o, sofre em silêncio, mas prossegue, porque ninguém a vai calar. Com a Marylin não era bem assim, o sofrimento de não conseguir ultrapassar as suas limitações levavam-na à auto-destruição. E se retirássemos o álcool e os comprimidos, no fundo, havia apenas uma mulher com o desejo de ser amada e construir a sua família. Mas nem isso conseguiu. Há tanto e tão pouco em comum entre mim e Marylin que me comovi e chorei na sala VIP das Amoreiras, enquanto escrevia um postal odioso a uma querida amiga, que às vezes sabe ser uma verdadeira cabra.

Amigo, bates forte cá dentro...


Amo o Guilherme como há muito não amava ninguém. Mesmo não concordando com todos os seus comportamentos, certamente ele também não me achará a miúda mais certa das ideias, há o essencial, respeito. A cada dia que passa, este amor cresce, e sei que é mútuo, tanto que não consigo parar de falar dele a outras pessoas. Amo o Gilherme, mesmo quando estamos a comer uma tarte de natas, ele porque não me esconde nada, partilha um mail que acabou de receber. Um senhor envia-lhe duas fotos, uma dianteira e outra traseira. A tarte já era, indegesto é a palavra. E só me lembrava de um artista qualquer há uns anos atrás, e essa mítica exposição acerca de beleza do "olho do cú".

A gata que tropeça de quando em vez....


Tropecei. Aliás, pensei começar este post por dizer que estaria outra vez na lama, não é a verdade. Se estivesse destroçada, nem força havia para aqui estar a escrever, no blog mais dispensável de sempre, portanto, encaro este revez tão simplesmente como um tropeção. Ao contrário de tantas outras pessoas que recusam ajuda, ou preferem carpir para elas próprias. Eu, já não choro, porque já não tenho lágrimas, preciso mais do que nunca de ajuda. Amigos dos que me fazem sentir especial, porque embora eu até saiba o que valho, mal não faz que nos aconcheguem o ego. Não preciso que me venham dar moral, berrar, condenar ou dizer que uma vez mais a culpa é minha, sou burra, afinal, sabia que o calhau estava lá,  só tinha de o contornar para não tropeçar. Se houver desse lado um amigo, que esteja tão simplesmente na condição de estar comigo, sem medição de forças ou velada maldade, sabe bem onde encontrar a gata.

É um frescor...


Desde que fiquei a par das promiscuidades nos sanitários públicos, só recorro em último caso, com a postura de "cega, surda e muda". Uma casa de banho na estação de comboios, não antevia nada de bom, mas tal era o aperto que só me faltou correr mal encontrei o WC das senhores. Depois de muito bem limpar os rebordos da sanita, lá me sentei e observo a porta, local de tanta poesia de ocasião. Nada. A porta estava imaculada, havia no entanto, desbotada a seguinte frase "este lugar é imenso" e eu sorri, não fazia ideia a que se referia, nem tão pouco concordaria, mas tal singeleza bateu-me, assim como um feixe de água fria a bater-me nas "bordas" quando puxo autoclismo.

sábado, 28 de janeiro de 2012

Para além de ter problemas, também tenho azar...


Ninguém duvide, eu sou um encanto de gata, com o infortúnio de conduzir que nem uma azelha. Direi em minha defesa, sou distraída, descuidada, dificuldade em medir as distancias e pela falta de destreza, sou certeira em todas as crateras que se encontram na estrada. 

Numa oficina cheia de moral e bons costumes, sem posters com mulheres desnudas ou brutamontes a palitar os dentes, faz-se o balanço...negativo. Duas rodas empenadas, falta de óleo, água, borrachas a saltar e um sem fim de outras mazelas. 

Porque sou um encanto de gata, durante meia hora, ali fico no flirt com o mecânico, paternalista para com estes azares sob-rodas. Ou talvez não, estará a passar vaselina para a dolorosa conta que em breve me irá apresentar.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Criancinhas, o melhor do mundo...


No café do costume, duas senhoras falavam na inevitabilidade da maternidade, assim às três pancadas meti-me na conversa. Fiz-lhes saber que nem todas as mulheres sonham ser mãe e para mim, os miúdos são realmente o melhor do mundo, especialmente nos colinhos de seus papás. "Deus castiga", deixou claro uma das interlocutores. Maldição e castigo divino seria ver-me trocar fraldas e espalhar talquinho no rabinho do menino.Horas mais tarde, dois diabretes penduraram-se no meu pescoço "vá lá gata, vem jantar connosco...vá lá vá lá..."

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Raquitismo


Estou magra. Eu não me vejo assim tão magra quanto isso. Aliás, consigo apertar muito chicha, provando havere muito a perder. Insistem que virei caniço. Custa-me a crer. Mas hoje, consegui usar um vestido de menina, marcado para 11/12 anos. Sinto-me entre uma Lolita fora de tempo ou tão simplesmente uma fraca figura. Ao menos agora, corpo e espírito estão em consonância, puro raquitismo...

É mais ou menos como lavar amoras...


As mulheres são embirrantes. Há drama se lascam a unha, se está vento e lá se vai o penteado, ou as lágrimas do riso desprevenido lhes borra a maquilhagem. Curiosamente são essas que têm filas até perder de vista, autêntica "cãozoada" arfante, à espera de uma só oportunidade. Ele dizia-me, a mulher, como mais de 99 por cento de nós, embirra com o tampo da sanita levantado. Quer dizer mas é incauta ao ponto de tomar banho e deixar o chuveiro num estado, mais parece que esteve a lavar amoras. É por isto que nestas coisas de partilhar o mesmo tecto, tenho para mim, o melhor é não cuspir para o ar ou ainda levamos com a "verdonga" mesmo na tola.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Os amigos da gata...


Não tenho muitos amigos, talvez se contem pelos dedos de uma mão, mas orgulho-me de os ter conquistado durante os últimos 5 anos. Caminhando no deserto, compreendi, a verdadeira importância da amizade. Pode haver quem durma na nossa cama, mas essa pessoa nunca deverá roubar o lugar dos que tecem os nossos laços emocionais diariamente com gestos tão simples. Eu não coleciono pessoas, mas se analisasse a diversidade dos meus amigos, quase poderia construir uma caderneta de cromos. Quando falo de uns aos outros, abominam-se. Nem sequer compreendem como é possível relacionar-me com fulana ou sicrano, mas são todos eles que me enriquecem como ser humano, com as suas vicissitudes.

domingo, 22 de janeiro de 2012

O Diabo anda ai...


Jurei, nunca mais haveria de responder a e-mails que visassem encontros e cafezinhos de circunstância. Porque sou uma pessoa sem palavra, ou honra alguma, aceitei, mas depois arrependi-me. Sinceramente, já não quero, não me apetece, não estou para ai virada. Depois de muito insistência, fui. Queria apenas beber o café, queimar o céu da boca como quem bebe o café pelos olhos, e zarpar, mas não consegui. Se ao menos ele não fosse tanto ao meu jeito, eu sei que conseguiria virar costas, correr para a cama e enroscar-me com o gato. Em vez disso, ali fiquei, e aqui estou a escrever sobre isto. Se é para me fazer sofrer, porque será que sou sujeita a isto uma vez mais? Diz o povo, o que não nos mata, torna-nos mais fortes. O diabo pode ter o mais lindo sorriso mas eu também sou osso duro de roer...

A inocência não tem idade...


Caminhávamos por Lisboa, a um passo tão lento, pura levitação. Podia ser a Lisboa Queiroseana, e eu, vestido de época, espartilho, um grande chapéu na mão a proteger-me da luz do sol. Ele faz-me sentir de outro tempo, diz que também não sou daqui, mas quando o oiço falar de amor, usando expressões como "carne da minha carne", pareço uma menina afrontada, que arfa à brisa do virar de cada página de um qualquer clássico de Shakespeare. Desta vez não é nos livros, nem na tela, ele está ali mesmo à minha frente e eu controlo a respiração. Não quero que me julge asmática.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Alucinada urbano-depressiva


O Guilherme diz que é dificil gostar de mim numa primeira abordagem, pareço alucinada tipo Bridget Jones. O Pedro é da opinião que saí de um filme do Woody Allen e sou talvez uma daquelas personagens que designa de "urbano-depressivas".No fim das contas, sou apenas uma miúda carente com muita necessidade de dar e receber amor. Há quem considere a minha condição uma fraqueza, prefiro defini-la como traço dominante da minha personalidade. E nisto, o Guilherme e o Pedro não poderiam estar mais de acordo, quem gostar realmente de mim, terá de aceitar.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Não é triste ser pobrezinho, Triste é não ter tomates


Numa consulta de rotina, acabou sem tomates, literalmente. Se entre humanos todos quantos se portam mal fossem castrados, talvez vivêssemos num mundo melhor. O desgraçado do gato, tão simplesmente porque não facilitou a vida ao senhor veterinário, passará o resto dos seus dias a chorar por uns tomates, que outrora lambera com tanto empenho e graciosidade...

Bicha festivaleira


Para que existe o amigo gay?
Ora essa, para levar-me a lanchar à Versailles, local onde se reúne o maior número de cabelinhos tufados por metro quadrado. Saímos à rua, caminhamos pela Lisboa já anoitecida, ele arranja-me o cachecol para ficar bem quentinha e em troca pela amabilidade, oiço 20 minutos seguidinhos acerca do encanto do Festival da Eurovisão. 
O amigo gay, para que serve?
Então, recordar "guilty pleasures" há muito adormecidos como o papilon da pequenina Sandra Kim em "J'aime La Vie", as botas da tropa da Dora em "Não sejas mau pra mim" ou até as luvas vermelhas da Riva com "Rock me baby". Por essa altura, gravava os festivais, com um micro rádio colado à televisão Radiola, e não era menos feliz por isso...

A minha escrava Isaura


Tem quatro patas, muito pelo, não tem 2 boças nem responde pelo nome de Areias, mas Gato. Esta fera tom caramelo revela uma doçura tal, para alem de deitar-se horas a fio em cima do meu corpinho lindo recebendo mimo sem fim. Durante a noite, depois de um dia de árduo trabalho, é vê-lo com suas patinhas pequenas, massajando minhas pernas e pés, com um profissionalismo de fazer a sombra a muita profissional que para ai anda. Cumprida a missão, recolhe à "senzala", debaixo das mantinhas, ali fica até ao dia seguinte.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Viscosidades


Mais do que uma história sem fim, é de terror. Sentada no comboio, levo comigo restos de constipação, halls para acalmar a tosse e faz-se silêncio. A situação parece controlada, até ingenuamente puxar o lenço e soltar a primeira sopradela. Visco, mais visco, faço uma paragem na respiração levanto os olhos tentando perceber o que se passa em redor. Mais uma sopradela, visco e mais visco, o comboio está compostinho, o vizinho já se começou a encolher e a senhora da frente levantou o sobrolho. Páro e recomeço com pequenas assopradelas e é pior a emenda que o soneto, faço-me soar tal e qual uma velha carripana com dificuldades no motor de arranque. Então com toda a energia, sopro, e muito visco, muito mesmo muito. De nariz colado ao lenço, olho uma vez mais, vejo a indignação de uma velhota de cabelo tufado, olha-me como se eu estivesse a dar à luz um Gramlin. Limpo o nariz, guardo o lenço ensopado, e vou o resto da viagem a fungar...porque há muito mais visco, tanto...

Ó Lecas....


A Carmo voltou a dizer-me que não é mulher da limpeza mas estilista. Enquanto tirava o café da máquina farçolas da nossa chafarica, vejo-lhe uma tatuagem. 

- É uma Butterfly! - afirma. Espantada por Camo falar inglês, mexi o café sem açucar, apenas para o arrefecer, e prossegui o meu "efeito avestruz", porque a conversa da estilista que se transformou em senhora da limpeza estaria para durar. O meu filtro ligou e daquele momento em diante nada retive até à palavra "lecas". A Carmo adora lecas, sorri, disfarçando o olhar intrigado de quem não fazia puta ideia do que se tratava. Mas queria saber, poderia dar uma excelente prenda para os anos ou Natal e a Carmo, como as crianças, leva a mal se não lhe oferecermos nada. Depois de muito falar, meter chineses à mistura, mostrar-me as pernas tronchudas cheias de varizes, compreendi a que se referia realmente...lecas...leggings...é quase a mesma coisa...

Feira das Vaidades


Por compreender o papel terapeutico deste blog na minha vida, resolvi fazer pequenas alterações. Mesmo que anónima, um blog não deixa de ser uma autêntica feira das vaidades. O blogger adora espalhar aos quatro cantos do mundo a sua felicidade, mas atenção, na mais triste miséria, gosta igualmente de passar a mensagem, revelando-se assim o efeito "Perpétua" (personagem da novela da Globo). Uma vez afectados por este síndroma, ninguém pode ser mais feliz, ou sequer julge estar perto, da mais escruciante dor que o próprio blogger. É mesmo assim, umbiguistiamente, julgamo-nos donos das emoções, adoramos dar moral e maravilhamos os cibernautas com frases feitas, rendilhadas, embelezadas com floreados que desbastados, escondem o puro vazio. Embuidos pelo mesmo espírito, os seguidores, ávidos por conseguirem para os seus próprios blogs uma mãozinha de leitores, deixam frases de incentivo como "amiga, tu sabes o que vales". Mães solteiras de pele assassinada pela mágoa postam fotos da jovem Katherine Hepburn e sonham com a flor da idade perdida. São ainda tão tenras e ao mesmo tempo consumidas pelas suas próprias emoções a arder nesta feira das vaidades....

Diz que comem...criancinhas...


O Guilherme é aquela bicha discreta, muito homem quando quer, infelizmente quer pouco. No tasco do António, comia uma sopa, ele um arrozinho de pato, diz-me muito consternado "aquele também pertence ao sindicato". Péssima experiencia com um benjamin do Partido Comunista Português, arrepiei-me até ao céu da boca e quase engoli a sopa com tigela e tudo de um só trago. 

"Mulher, quem?" - inquiri. 

Ahh, afinal é apenas o empregado do António que gosta de andar pelos sanitários públicos à caça de frangalho e pronto, como o mundo é pequeno, Lisboa um ovo e a estação de Entrecampos absolutamente minúscula, lá se cruzaram de piroca na mão e fazendo um chichizinho. Soprei de alivio, lá onde ele leva, não me importa, onde poderá  votar, já me aborrece um bocado...

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Sopeirice hemorroidal


Nunca passo a ferro, aliás, não tenho sequer tábua de engomar. Para a roupa direitinha é vesti-la directamente do estendal, ou então deitar-me em cima dela, fica absolutamente impecável. Não compreendo as chatarronas que nos forçam a tratar da roupa, se fosse a minha, não o faria, mas como implica ganhar uns trocos extras, lá estava com um cobertor no chão, o gato a espalhar pêlo por todo o lado e eu a tentar dominar o ferro, para não queimar nenhuma peça. Domingo, tanta vida lá fora,  e eu armada em sopeira engomadeira! Como o dia não podia correr pior, na TV, o Dr. Oz apresenta uma espectadora cujo  papel de estreia no pequeno ecran foi de hemorróida.

A Carmo


Mulher trabalhadora, Carmo, loira platinada, eye liner de fazer inveja à Cleopatra, meias de renda e crocks cor de rosinha. De esfregona na mão, leva o lixo todo à frente, com uma paixão desmedida. A Carmo, conta tantas vezes que é estilista, mas quis o destino que agora faça limpezas. Quase 60 anos em cima do lombo, compulsiva em compras, com dividas espalhadas por todos os bancos, Carmo pode chorar, lastimar-se, mas não deixa nunca que lhe roubem o brilho do olhar ou que a maquilhagem fique borrada. A Carmo, tem outra obsessão, espelhos e vidros, de pano em riste, limpa com a mesma genica de quem se quer ver livre das dívidas. As dedadas lá ficam, as contas por pagar também e a Carmo, sempre impecável. Adoramos a sua excentricidade, senhora de voz rouca e jeito simples, espalha boas energias. Por maldade há quem a chame de Bonnie Taylor e realmente vê-la aos caixotes com luvas de plástico e por cima no dedo anelar um verdadeiro cachuco a luzir no meio da porcaria...foi o total eclipse...do meu coração.

# Cats - Keira Knightley


Voltando a mim, lentamente. É isso que sinto. Pelo menos hoje, tive essa clara percepção. Durante meses a fio, deixei de gostar, simplesmente sobrevivia sem paixão por nada e até a minha cama já me era sitio pouco grato. Queria deixar de ser aquela e voltar a ser eu, a que amava, amar. 

A sério, estava paranóica, liguei ao médico numa crise de nervos; o que raio se passa comigo?? - perguntei - colocando em cima da mesa uma série de possibilidades que ele naturalmente descartou.  Talvez seja interessante deixar de ser a habitual anormal, e reflectir sobre uma problemática séria e que há por ai aos pontapés, casos infelizmente não diagnosticados.  Sofro de epilespia do lobo temporal, não é nenhum bicho de sete cabeças, mas a medicação errada pode desfazer-nos a cabeça em água. Quer dizer, não tenho ataques, nem espumo da boca, nem fico delirante ou sequer rebolo pelo chão. Aparentemente sou a pessoa mais saudável do mundo, à parte daquela coisinha que está ali, mexe-me com o sistema nervoso, não sei ao certo o que é, não se vê, não doí, é dificil de explicar, mas continua ali, tipo moinha.

De acordo com o médico, estava com uma sobre dosagem para a actual massa corporal, que se reflectia num total alienamento ou em grosso modo, bruta que nem uma porta. Dificuldade de concentração, desinteresse geral, incapacidade de apreensão e um certo desanimo. Curiosamente, o meu cérebro voltou àquele burburinho de sempre, ideias e mais ideias, uma vontade enorme de escrever, criar, produzir, ser o que sempre fui desde com apenas 10 anos junto à máquina de escrever, imaginava os primeiros romances e esfolava os dedos a cada letra.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Faz mal ao cérebro da gente...


o Fashion TV é coisa que deveria ser proibida. Só hoje me apercebi quando parei nesse antro de esqueletos andantes e destacavam a dupla Dolce & Gabbana. O que seria um canal de transição para, quem sabe um Zone Reality, tornou-se numa escolha quase definitiva. Não conseguia parar de ver, porque os manequins sucediam-se com uma rapidez surreal, e eu queria saber que modelito viria depois, mais dourados, manteria os brancos, afinal não, a surpresa com um vestido longo preto. 

WTF??? 
"Miúda, muda já de canal, daqui a pouco estás a comprar a Vogue porque é o expoente máximo da literatura internacional".

Já não me fica nada bem comprar algumas revistas porque oferecem malas, quanto mais....

Três é multidão!


Uma cama granjola em tons prateados. Mantas, mantinhas, lençóis polares. Está-se quentinho por aqui. A luz que reflecte é roxa, da parede, do candeeiro, dos livros. Os personagens: eu, o gato e um rolo de papel higiénico. Neste cenário idílico entre quatro paredes, parece haver algo a mais, talvez a maldita constipação que há mais de uma semana não me larga. Hoje o gato decidiu que esta relação a três não podia continuar, e por isso, esfarelou o rolo, porque o ninho é só nosso. Deitou-se em cima do meu peito, o focinho no meu pescoço e descansou enquanto soltava um longo "grrrrrr". Sou apenas sua, mas a maldita constipação anda-me sempre a piscar o olho e quando tive de espirrar, o felino fugiu de mim como o diabo da cruz....

sábado, 14 de janeiro de 2012

Diz que o carteiro...


toca sempre duas vezes. Cá em casa pode tocar as vezes que quiser. Quem sabe, será o carteiro, o sr. da tv cabo ou do meo, provavelmente é o drogadito ( e a respectiva pasta farçolas) reclamando uma qualquer causa nobre. Pode até ser o homem da minha vida a tocar, insistentemente, eu não abro a porta a ninguém. Chamem-me paranóica, mas raras vezes me agrada o que está do outro lado...é por isso que há portas que devem permanecer fechadas.

Senhor doutor...


Cada vez que entro na casa dos meus pais, quase tenho um treco, lá está o meu pai de óculos de Sol, qual Amália, sentado no sofá de perna cruzada e a ver TV.Desta vez o horror chegou pelo telemóvel, raios, nunca me liga, a não ser que haja um sério problema. Ele achava que tinha a solução para todas as minhas questões existenciais quando me informou que a casa mesmo ao lado, porta com porta, estava disponível para alugar. O que ainda não se terá consciencializado é que o motivo pelo qual sai de casa foi para não lhe ver mais as fuças, haveria de ser lindo, ele à janela ganhando calos nos cotovelos enquanto fumava cigarro atrás de cigarro e contabilizava os "gandulos" que entravam porta dentro...

Vogue...

Strike a pose! Hoje foi esse o sentimento. A auto estima nos píncaros, mesmo que o nariz pingasse e a voz  nasalada, o alvo das "flashadas" era eu. Senti-me uma autêntica manequim com direito aos elogios da praxe, descobri um jeito natural para a camera e uma foto sair na fornada, melhor que a outra. Com um canhão daqueles apontado para mim durante tanto tempo a "flashar" como se não houvesse amanhã, pensei, "opps, ou isto acaba aqui ou ainda tens um ataque de epilepsia a meio da sessão"...não me parecia fixe, mas lá dramático ninguém dúvida. O resultado um destes dias num livro algures por essas Fnacs e afins...

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

O quebra bilhas....


Ultimamente só me queixo de falta de homem quando preciso de ajuda para alguma tarefa mais complexa. Rebentou o quadro a luz ou a porta do carro está empenada, nessa altura penso, bolas, isto de estar só com o gato tem consequências tramadas. Um dos dramas é carregar a bilha do gás até ao segundo piso ou haver um emaranhado de fios e não saber ligar o quê exactamente onde. Solução, um amigo gay, tem a força de um homem, para levar a bilha nos seus braços másculos, embora com grande pena nossa, não nos estreie o vasilhame.  Vejamos há outras compensações, ajuda-nos na escolha da indumentária, não se aborrece se perdemos horas a ver montras e ouve com o mesmo entusiasmo que nós "Daddy Cool" dos Boney M. Não se tratasse de paneleiros, poder-se-ia aplicar a expressão de que são  "pau para toda a obra".

O leitor


O título deste blog é uma ironia. "Toda a gente conhece a gata persa", não passa de uma charada, na verdade ninguém me conhece nem há grandes motivos para o fazer. O meu nome até pode vir impresso, tal facto não faz de mim pessoa mais importante ou relevante para a sociedade. A não ser quando alguém nos procura pelo facebook. Ah, nesse caso, ganhei o dia, não...ganhei a semana, mais .... ganhei o ano inteiro. Há quem se dê ao trabalho de me ler numa determinada impensa, e espantado com a minha real existência, lá me adicionou como amigo. Curioso, pelo conteúdo idiota das minhas crónicas, teria achado tratar-se de uma fantasma com sentido de humor retorcido a redigi-las. Foi tão bom encontrar alguém que aprecie o meu trabalho, já que eu não consigo...

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Boneca da luxo


Constipada e drunfada, um mix explosivo. Havia no entanto um objectivo a que me tinha proposto, ir à terra que me cheira sempre a cagalhão, mas cujas pessoas são razão suficiente para ultrapassar este detalhe olfactivo. Ilvico, a farmacêutica garantiu que não dava moleza, mentiu com todos os dentes, precisava de um cafezorro para ganhar energias. Antes de entrar numa espécie de loft com uma vista maravilhosa para o Tejo, mesmo ao lado há o bairro social. Pé ante pé, sinto-me uma "outsider", muitos olhos se dirigem a mim....ou será para o ridículo casaco que comprei nos saldos?? Entro no Suiça, o café, bonitinho e acolhedor. As pessoas, obscuras, fumam, bebem, reviram as páginas do jornal e assistem ao "Você na TV" com o Goucha e a loirinha. Terminei a bica, desci as escadas e deixei para trás aquelas gentes que vivem tão perto e tão longe de mim, simultaneamente., Quase corri, porque não pertenço ali , reconhecendo-me como a tal princesinha na sua casa de bonecas, algures numa redoma de vidro.

Coco girl


Sou uma falsa inteligente. Não me esforço numa genialidade farçolas, mas por qualquer motivo que me escapa as pessoas continuam a dizer de mim, inteligente. Já esperteza é característica que não me reconhecem nem à lupa,  e não me rala nada. Ser, no entanto, considerada inteligente - quando não sei fazer uma conta de somar sem contar pelos dedos, completar as palavras cruzadas sem espreitar as respostas à socapa ou tão simplesmente jogar ao Farmeville no facebook - dá-me que pensar. Se a dona Cidália tem uma frondosa horta, porque não haveria eu de ter uma GataPersa Ville?!A tarefa revelou-se uma verdadeira canseira com tanta martelada, depois criei uma SIM, e a tipa para além de tiques duvidosos estava sempre a ir à cagadeira. Até que descobri a Coco Girl, para miúdas como eu, básicas. A Coco é vazia de conteúdo, sem dramas, sem questões existenciais, a única coisa que tenho de fazer...vesti-la cheia de estilo e levá-la às compras. O melhor dos dois mundos, deitada na cama, com o bichano sentado no meu colo, tentando competir com as teclas.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Sexualmente reformada


O Guilherme abriu muito os olhos, estático na cadeira, falava tão sério que mal dava para acreditar "temos de matar esse gato, ele é um bloqueador na tua vida". Hoje meio constipada, só me apetece canja, confesso que adoraria metê-lo na panela com um caldo Knorr e um bocado de arroz e talvez passasse por coelho do campo. Mas depois quem me aquecia os pés à noite?? Há consequências, muitas até, quando se tem esta cumplicidade com um animal de quatro patas. Por exemplo, quando comecei a viver sozinha, ainda sem felino, imaginei na minha cabeça experimentar todos os cantos da casa para a "ramboia", a solo ou acompanhada, no way! O meu gato controla os meus passos, está sempre em cima de mim, e mesmo que o queira pôr fora do quarto para um pouco de privacidade...sinto que ficará do lado de lá da porta a escutar as movimentações. No outro dia passeava-se por cima da mesa de cabeceira e eu falava-lhe "olha lá tens noção que deste cabo da minha vida sexual?! Seguiu para os pés da minha cama e auto felaciou-se como quem diz, aguenta e não chora.

Burra...burra...


...é que isto que se chama aos outros, quando não se percebe que existem outros umbigos para além do seu próprio.

Fufa alternativa


Adoro aquela camisa aos quadrados e tenho-a usado com um pullover roxo, a fralda meio de fora, e assim a betinha resvala para a rebelde. Não dispenso os jeans, não são especialmente justos, e por acaso calcei as minhas Dr. Martens importadas, num tom altamente original. Sou vaidosa; ora rapazola, ora "girlie", tenho um estilo que se define pela imprevisibilidade. O sacana do Guilherme, das poucas vezes que olhou para mim mais que duas vezes seguidas, afirmou "tu hoje estás com uma pinta de fufa". E realmente, maldita camisa, e o pullover sem mangas, as próprias Dr. Martens, tudo pra completar o figurino da "camionista". Rematou "mas és uma fufa alternativa, por causa desse lencinho". Mais um bocado, vestia o colete, pegava na guitarra e desatava a trautear "peguei, trinquei, meti-te na cesta..."

#Couples: Guilherme & Sofia


Para tudo é preciso disponibilidade. A primeira vez que vi "Como desenhar um circulo perfeito", apeteceu-me partir a tela aos bocadinhos. Senti-me enganada, especialmente depois de uma estreia brilhante com "Alice", o Marco Martins apresenta-me uma porcaria daquelas. Mais tarde, voltei ao filme, com a disponibilidade necessária para conhecer Guilherme e Sofia. Hoje, assisti às cenas devidamente documentadas pelo realizador e tudo se iluminou. Grande coragem, o Marco abordar a questão incestuosa de forma tão crua, entre dois irmãos. Dizia entrelinhas, o grande tabu; muitas pessoas iniciam a sexualidade de forma consentida no seio famíliar. Talvez movida pela vergonha e pelo preconceito, tenha rejeitado esta película. A minha primeira grande paixão foi o Alexandre, primo direito, e fazíamos coisas moral e socialmente erradas (não sabíamos exactamente porquê), mas não conseguíamos parar. Por sorte, eu vivia em Lisboa e ele em Coimbra, essa distância evitou que a situação se prolongasse, mas é realmente uma pedra no meu sapato.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Como mandar pastar?


- Então como está Lisboa?

- Está no mesmo sítio. E olha já viste o tempo que tem feito? Está quentinho...

É tão simples, limpinho, sem estragos, cheiros ou visco.

Jorge e os bodes fodilhões


Ontem cruzei-me com o Jorge, o gajo que gosta de bodes fodilhões. Há anos que não via, uma das muitas pessoas que um dia descartei da minha vida, por achar simplesmente tratar-se de um caso perdido. O Jorge é um tipo afectado, que deveria ir para uma ilha deserta e mesmo assim desconfio, acharia que os coqueiros conspiravam contra si. Nunca fui pessoa de aceitar as diferenças dos outros, e para afectada estou cá eu, mas na altura armada em heroína meti na cabeça que iria ajudá-lo. Ouvia os seus disparates horas a fio, sem nunca julgar, inclusive a sua obsessão por pornografia. Não havia youtube nem a alternativa picante youporn, portanto ele gravava numa cassete de vídeo as cenas que mais gostava, incluindo a mítica passagem do bode a fornicar uma senhora....ou seria a senhora a fornicar o bode? Eu não critiquei, é uma preferência como qualquer outra, ficava até contente por ele partilhar comigo,  a sua tara com pés, ou que chegou a vestir a bata da empregada da limpeza para fazer a sua própria limpeza....pessoal. Tudo certo, amigo Jorge, desabafa dizia eu, com paciência ilimitada. Todas as questões existenciais continuavam por resolver e num daqueles momentos em que o rapaz falava que se desunhava, e eu ouvia tentando encontrar um caminho para o ajudar, ele diz "sabes o que eu gosto realmente de fazer?". Aguardei com ânsia, talvez estivesse ali a resposta para todas as suas inquietações. "O que eu gosto realmente de fazer é de....pensarrrrrrrrrr". Eu dei de frosques, para pensar não precisava de mim, ah e para ver bodes fodilhões também não.

O meu amigo Silvestre


O Silvestre, já outras vezes falei dele, é talvez o homem mais encantador que conheço. Noites houve que partilhamos histórias escabrosas, enquanto bebericávamos o chá "noites tranquilas", da embalagem azul do Pingo Doce. Com o mesmo encanto que me descrevia o significado do amor e do silêncio, logo depois com igual charme dizia-me "foi ali ao WC masturbar-me, se não se importar".  No seu circulo de amigos, chamavam-lhe Richard Gere, e olhando bem a esta altura, acho que o Gere já lhe fica uns quantos furos abaixo. Homem que desfazia constantemente das suas capacidades e perguntava-me, assegurando-se que eu não me riria, "fiz 50 anos, acha que alguma mulher ainda se pode apaixonar por mim?". E eu quebrava a promessa e ria a bandeiras despregadas. De tudo o que havia entre nós, sempre com base no mútuo respeito, adorava o facto de não ter de lengendar-lhe o meu sentido de humor . Eu e o Silvestre, somos os primeiros a olhar para nós e a reconhecer as limitações, gracejamos com isso. O mundo pensa que nos inferiorizamos, descordamos, claro. Somos os primeiros a divertir-nos...

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Indesejados...

Um blog anónimo permite mesmo isso, dizer tudo como os malucos, sem que ninguém nos chame à razão. E quando há quem venha dar uma de moralista, rapidamente pode ser mandado para o caralhinho, porque não há contas a prestar. Curiosamente, os anti-corpos que criamos pessoalmente, funcionam em sentido inverso no mundo virtual. Se no mundo real repelimos as pessoas, na blogosfera, quanto pior é o nosso feitio mais "voyeurs" atrai.   

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Quando se gosta de alguém...


...escreve-se  um poema como este. Porque tudo o que segue é a mais pura verdade, simplesmente deixei de querer gostar. 

"Quando se gosta d'alguém
Sente-se por dentro da gente
Ainda não percebi bem
Ao certo o que é que se sente

Quando alguém gosta d'álguém
É de nós que não gostamos
Perde-se o sono por quem
Perdidos de amor andamos

Quando alguém gosta d'alguém
Anda assim como ando eu
Que não ando nada bem
Com este mal que me deu

Quando se gosta d'alguém
É como estar-se doente
Quanto mais amor se tem
Pior a gente se sente

Quando se gosta d'alguém
Como eu gosto de quem gosto
O desgosto que se tem
É desgosto que dá gosto
"


Amália Rodrigues

Drama Queen

Há tantas piadas sobre "o cúmulo" mas continuo a preferir as anedotas do Hitler. De qualquer forma hoje não resisto a expôr "o cúmulo" do dramatismo. Está tão deprimido, mas tão deprimido, fechou-se no quarto sem um único clarão de luz, e não fosse o diabo tecê-las, deitou-se na cama com óculos escuros.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Amor...da merda?

Anda a levar no cu que nem uma rainha e eu fico tão contente. Sou pelo amor, digo-lhe, aplaudo de pé essas horas de insanas enrabadelas, ele exclama, "ó mulher, mas o que é que o cú tem a ver com as calças!?" Como quem diz, pra me rebentarem a bilha preciso amor para quê? Porque sou uma tipa de moral e bons costumes, deixo a minha própria anilha a salvo. Falar  de coração e "bujão" na mesma frase talvez não honre os princípios de uma menina/senhora, serve porém os fins... preservar-me.

Rapariga maternalista....

2011 foi bom. 
Teve lágrimas, pânico, crises, happy pills, noias mas foi bom.
Foi tão bom que hoje, assim como ontem, mesmo sabendo que há algo que não me agrada totalmente, consigo estar tranquila e fazer um saldo positivo do que vivi.
2011 foi mesmo bom, graças às pessoas que estiveram comigo. Não foram muitas, não pretendo algum dia que excedam em quantidade, porque me guardo para cada uma delas e assim ofereço o meu melhor . Talvez por gostar um bocadinho mais de mim, consiga finalmente estabelecer elos de verdadeira amizade. Só por isso 2011 foi excelente. Mesmo que ganhe pouco mais do salário mínimo!

Perguntas parvas...

Tempos houve em que fazia perguntas patéticas via sms, bem ao estilo "gostas de mim, nem que seja só um bocadinho?". Pensei que não se podia ir mais longe, mas há sempre quem nos surpreenda, e receber uma mensagem a perguntar "que horas são?", supera toda a minha tolice de miúda insegura. So sorry!

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

# Couples: Madonna & Sean Penn

Não correu nada bem, mas é uma linda e apaixonada história de amor, especialmente porque ambos continuam a ter-se em grande conta. Difícil acreditar, Madonna, ou em bom português uma Maria Galdéria e Sean Penn, matarruano de primeira. O que posso ver de encantador neste casal? Duas personalidades explosivas, ela com sede de protagonismo e ele com sede...de vinho, se bem que tem pinta de apreciar bebidas brancas. No tema "Til Death Do Us Part", Madonna descreve alguns dos piores momentos com aquele que ainda hoje assume ter sido, o amor da sua vida. Acredito no amor, mas eternizá-lo não o aproxima da sublimação. Este encantamento foi curto mas não deve ser desvalorizado por isso, nenhum relacionamento deve ser subestimado ou sobrevalorizado baseado na duração. Na incompatibilidade descobriram a necessidade de amor próprio. Não é possível encontrar no outro, uma cura para os males da nossa alma.

Eu sou uma pessoa cheia de problemas....

Prevejo que ao longo deste ano, se falará muito de sexo neste blog, tudo porque não haverá efectivamente....sexo. Sou como a gordalhufa que morre por uma bola com creme, mas inicia a mais exigente dieta, então fica perdida a olhar para as montras das pastelarias. Eu sou tão simplesmente a que optou por se desligar do bicho homem, mas com isso não quer dizer, que não goste de apreciar o que por ai anda. Esse é talvez o meu grande problema, observo, e depois quero partilhar e não tenho com quem. Adoro uma pila bonita. Gosto de levar uma pila bonita para a mesa do café, mas vejam só o meu infortúnio. As queridas por pudor recusam-se opinar, os canastrões sentem a sua masculinidade em risco. Resta-me a bicharada, conversei com o Guilherme sobre a beleza e a unicidade de um falo, e o rapaz mandou-me calar porque estava a ficar com uma erecção...e afinal tínhamos o St. António a olhar para nós.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Não me fodam...

Ninguém fode nesta casa. Não é erro, lapso, whatever, é fode com F mesmo. No ano passado até fui, fodendo, à parte da pila maravilhosa do João, mais nenhuma valeu a pena. Há que valorizar a "cenaita" e não estou armada em carmelita, mas depois de ter um marmelo cá em casa, deitado na minha cama e a criticar as minhas escolhas televisivas, deu-se na minha líbido uma espécie de turn off. Sim, gosto de trash TV, estou dilacerada, como será a minha vida sem Fanny, Cátia ou João M, também gosto de ver os Gordos, e a Oprah e venha o Dr. Phil. So What? Não me fodam a paciência, deixem-me só com o gato enroscado aos pés, porque este ano já decidi, nesta casa não se vai foder.

Quem nasceu lagartixa...nunca chega a jacaré...

A sério, estou bem. Optimista e tudo. O meu rosto não revela nada disso, o discurso também não, duvido que esta postadela contrarie, o que digo com grande certeza; a sério, eu estou bem. A rejeição é uma porra, mas já me habituei, aliás, foi a grande lição de 2010. É por isso que viver com um gato apenas, nunca foi tão doce. Às vezes também amarga, pergunto-lhe se me ama, e o maldito felino nada, nem mia, esfrega-me o olho do cú na cara e eu só tenho de sentir-me contente por partilharmos as nossas...pequenas intimidades. Lixa-me, porém, passar mais de um ano numa rigorosa dieta, e se antes era "a gorda", agora sou "a esquelética" que mais parece uma criança africana com moscos a sair pelo nariz. Mas é claro que ela,  invejo por tudo e por nada, pode estar um pote. Até a besta do meu pai, sempre a desdenhar de mim, disse carinhosamente tratar-se de uma menina rechonchudinha e bonitinha.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Porque eu sou mulher...

Nunca neguei gostar de NERDS, a banda (nem sei se ainda existe) e os outros tótós, que andam por ai também. Mas ontem, no lixo, lá estava um senhor com um jeito muito pipi, a reciclar. Noutros tempos talvez achasse um encanto, aquela imagem, o senhor aprumado, de volta do lixinho e como maior preocupação, pôr as embalagens nos contentores certos. Fiquei no carro, uma voyeur de meia tigela, atrás do volante, mais um bocado só me faltava coçar os "tomates" que não tenho. Saiu-me algo mesmo vergonhoso na boca de uma senhora "só um paneleiro recicla" e arranquei a toda a velocidade, pensando,  eu reciclo, mas sou mulher, diria em minha defesa se aquilo fosse uma discussão.