Sábado só me apetecia chorar. Não sai de casa, nem de cama, tudo escuro. Só eu e o gato. É bom, mas ele não tem patinhas que cheguem para me enlaçar. Às vezes, coloca aquela garras peludos de volta do meu pescoço. Naquele dia, só queria uns braços maiores que os meus, um peito onde pudesse deitar a minha cabeça, as minhas lágrimas caíssem sem vergonha, houvesse ranho, quem sabe um pacote de lencinhos ensopados, e um "enrolanço" cúmplice. É para isso, e para dizer que somos uma das mulheres mais bonitas e interessante que conhece, que o tal amigo gay serve. Naquela momento, precisava da minha bichinha, mas trabalhava para os seus luxos cheios de futilidade e eu perdia o meu tempo, deprimida, por uma futilidade tão maior.
