O raio dos velhos faziam uma autêntica "sitcom" entre eles porque passavam o dia a ouvir a campainha tocar. Eu ouvia-os matraquear e lá pensava para os meus botões haver um certo exagero. A maior parte optou por colocar as caixas do correio fora do prédio, era menos um ou dois "ding dong". E os outros? Os que vendem promovem ou impingem productos, lutam por causas, pedem a nossa assinatura ou tão simplesmente querem fazer a leitura dos contadores. Hoje senti na pele, o que é viver completamente importunada por uma campainha. Eu não abro a porta a ninguém, lamento, avisem antes. Quem foi, e sei que foi muita gente ao longe de uma manhã inteira, tocou a todas as portas para não ter nenhuma resposta. Fiquei sem saber, seria a guardiã do prédio, a única efectivamente em casa, ou então há outros paranóicos que se recusam pura e simplesmente a abrir a porta ou até a perguntar "quem é?". É por essas e por outras que, sem eu querer, a senhora minha mãe de chave em punha entra-me porta dentro, já noite escura, sabe que eu não estou para ninguém...nem faço tensões de estar.
