sábado, 31 de março de 2012

O preto da casa africana


A minha mãe entrava em casa super carregada, já passava das 10 da noite e dizia sempre a mesma frase "pareço o preto da casa africana". Compreendo as suas queixas, mas ela não tem escadas para subir, ao passo que eu tenho dois pisos, estremecendo só com a ideia de ficar sem luz a meio do percurso enquanto já oiço o gato a chamar por mim, miando de uma forma, mais parece que o estão a estrangular. É uma rotina diária, eu entro e saio de casa a horas estranhas. Ninguém percebe se acordei, se já me deitei, mas dão conta que que anda ai "o preto da casa africana" e nessas alturas, gostava de ser a mulher invisível, porque lá no fundo, os meus vizinhos se irão questionar, o que carrega nos sacos? Escadas acima, depois abaixo. E mal desconfiam que adoro ver o Zone Reality até altas horas na madrugada, ou então ainda espalhavam o boato que ando a passear cadáveres em sacos do Jumbo.

A mulher que comeu um sapato


Li, fonte segura, numa das Grandes Guerras houve um homem conhecido por ter comido "o seu próprio sapato de couro", tal era a fomeca. Lembro-me desta história macabra pela altura, fascinada, esventrei a vida de Alex Supertramp, o tipo que deixou a civilização, para se embrenhar pelo mato, em pleno Alasca. Iludido, cria, sozinha contra o mundo, estar a salvo, até dos desafios que a própria natureza lhe iria colocando diariamente. O livro é «Into The Wild», um dos meus favoritos, originou o filme de Sean Penn, que respeita na íntegra a vida de Alex, factualmente se chama Christopher, morto na completa solidão do Alasca. Hoje considerado, um herói ou um idiota, é difícil a indiferença ao tipo que no auge da revolta, queimou as últimas notas na sua posse, para se tornar ermita. Bom, Alex, Christopher, não foi o homem que comeu o seu sapato, mas no livro, contam-se vários episódios de pessoas que levam a sobrevivência até ao limite. Mas eu, fui,  a mulher que comeu o sapato, e não há muito que pensar, de heroína nada tenho, sou portanto, a idiota. Comi um lindo sapato "vintage" da Hussel, enquanto via no youtube uma entrevista da Whitney Houston no Oprah Show. Não foi bonito, tão bela peça de arte, morrer de forma tão deprimente, algures numa cama com lençóis cheios de borboto, na boca de uma  sujeita de pijama desparceirado e com um carrapito no cabelo.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Respect the Cock!


Muitos irão ficar aborrecidos, mas não conseguirão parar de ler, quando disser que neste post se irá falar de caralho, uma vez mais. Meus queridos púdicos, tantas vezes limito-me a passar a limpo, histórias que oiço na mesa do café, autênticas pérolas que não devem morrer entre um muffin molhadinho no leite. Nessa tarde, havia bolachinhas de aveia e recheio de mel, ensopadinhos em moca. A minha companhia forçava-me a ir à página do facebook da esposa do amante, prometeu que não me riria com a pergunta que não tardaria, não pude jurar, mas mal ouvi aquele absurdo foi tal o engasgo que meia bolacha saiu-me pelo nariz e meio Starbucks olhou para nós, se alguém riu, eu não fui. «Gata, achas que ela é mais gorda que eu? », insistia. E de volta do lenço a recuperar bocados de bolacha perdidos no muco nasal, espreitava o telemóvel, observando a foto da que lava as cuecas do amante da minha cara amiga. Argumentei muito, em torno nem sei do quê, factualmente não respondi à pergunta. Mas ao que parece alguém já o fizera eficazmente. «A Tânia diz que ela parece um caralho sem pescoço», e  nesse momento, a moca, a única coisa que sobrara do lanche, qual efeito espanador, aterrou na mesa do lado. Aquilo sim, teve muita graça. O lanche, não se pode dizer, perdido, tivemos ao menos uma barrigada de riso.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Libertador pa caralho


Há aquela altura, parece sazonal, os mortos regressam à vida. Infelizmente não são os de quem guardas boas memórias, são os canibais e, chegam mesmo a arrancar pedaço de ti para se alimentarem. É um facto que nos últimos meses sinto-me numa espécie de «Twilight Zone», manipulada por toda a gente, talvez por isso só me apeteça mesmo estar com o gato amarelo de hálito infernal. Mesmo assim, consigo (tem dias), manter alguma diplomacia, perspectivando os dois lados da história (se é que há alguma) e assumindo que até ambos poderão ter as suas razões. Depois há fases, apetece mandar a psicologia de cordel às couves e esfregar um molho de urtigas mesmo no olho do cú de algumas pessoas. Nessa impossibilidade - esfregar um molho de urtigas mesmo no olho do cú de uma pessoa em particular -  foi igualmente libertador chamar à boca cheia, TROLL DO CARALHO, e riu-me muito cada vez que me lembro disso.

Amarelinho...


A Laura passa entre a chuva. Acho uma pena, mas de certeza que é opção da própria, mantém-se uma observadora do que a rodeia, munida da objectiva da sua máquina fotográfica. Um destes dias, tirei-a da sua zona de conforto, roubei-lhe-lhe a máquina e embora há muito tenha perdido o gosto pela fotografia, sempre se disse -  o resultado final tem muito a ver com o sentimento que nutrimos pela pessoa que fotografamos. A Laura continua a passar entre a chuva, mas com uma "piadola" inesperada soltou "a franga" que há dentro dela. Dizer, coitadinho, o meu gato dorme debaixo das mantas comigo e o tom amarelinho da sua pelagem não é por acaso, é estúpido, muito ao meu estilo e desde que eficaz, eu dou-me por muito contente. Ah e não sejam púdicos, quem nunca deu a sua bufinha, que a dê agora mesmo. Todos em uníssono, por favor :))

Cada um é para o que nasce...


O Parque da Paz é um sitio bonito, centrado no burgo, Feijó. Ao fundo lá estão os prédios de um qualquer bairro social de Almada, mas a malta tenta que a objectiva ocular se perca no verde. Deitamo-nos, cheiramos a relva, talvez cheire a "caca de cão", certamente sugestionadas ficamos na incerteza, queremos manter-nos na magnífica anestesia de um passeio de fim de tarde e levamos com uma bola, mesma na pinha. Os putos, são os putos, então o melhor do mundo...criancinhas. Colocamos óculos em estilo amaliano, não vá um fã reconhecer-nos, caminhamos pé ligeirinho junto ao lago, cheio de belos patos, juramos jamais voltar a comer "arroz...de pato" porque é um crime matar tão belo animal e vemos uma pata, in loco, sodomizada por três aves da mesma espécie, usam e abusam.

Até pode ser normal, a natureza animal, mas já não posso mais, pego no carro e vou mas é ao mcdonalds mamar um double cheese, que se foda a harmonia com a natureza...

19 centímetros...


A viagem de comboio diária, agarradinha ao telemóvel, porque descobri que é possível estar ligada ao GTalk vislumbrando a magnífica paisagem do rio Tejo. A Manuela pergunta-me;  fartei-me de ligar-te, por onde andavas ontem à noite? - e aviso de tentativa de emparelhamento. O Guilherme é o homem que emparelha meio mundo e lá me ensinou que é pratica corrente no "putedo", mas algo esquecida leio "19 cêntimos" e ainda penso, será aviso de alguma magnífica promoção?? É vulgar receber tentativas de emparelhamento da Nespresso ou Continente, e mesmo assim, rejeito sempre, desta vez, não foi diferente. "19 cêntimos" volta à carga, mas depois li melhor, era "centímetros" e ri, olhei à volta e havia "gado" bem interessante, mas a única "anta" que tinha um telemóvel em mãos estava diante de mim, óculos de sol, mesmo assim os seus olhos brilhavam obsessivamente sobre mim...ou seria sobre o meu colar de pérolas...sei lá hoje ia tão Miss Piggy, mas nem que ele fosse "Cocas, o Sapo", lhe daria o benefício da dúvida.

terça-feira, 20 de março de 2012

Lamento, mas não estou para ninguém...


apenas para mim. Depois de uma série de desilusões - e a culpa mais não é do que minha que me iludi - dou comigo a querer estar só, num tal conforto quase assustador. Como se estar com os outros fosse um sacrifício, uma tarefa, uma das alíneas de uma inexistente "to do list". Directa ao ponto, genuinamente são pessoas que simplesmente deixaram de interessar-me. Não tenho paciência para conversar, para ouvir ou sequer estar com elas no silêncio. Hoje comia no MAC, o puto da Ana chorava porque levou uma vacina, ela consolava-o e eu chegava à conclusão de que há ordens que não pudemos dar ao nosso subconsciente. Eu quero relativizar os factos, mas a verdadeira pessoa que eu sou, não deixa. Magoada, ponho panos quentes, há-de passar, vai passar, tem de passar...mas não passa. E continuo a querer estar onde sei que ninguém me fará mal ou rirá de mim. Sempre preferi que se rissem para mim. Enquanto assim for, o telefone há-de tocar, os sms's chegar, o chat piscar...mas eu responderei exclusivamente ao necessário. Não estou para tretas.

E foi o fim do mundo....em meias...


Para que existem as promessas?
Para as corrompermos, claro. Eu sou corrupta de mim mesma, da moral e dos princípios incutidos pelos meus paizinhos, bem à fadista (porque é património)....coitadinhos. Poderia ser o discurso da minha consciência porque prometi remeter-se ao celibato este ano e efectivamente, não cumpri. Pronto, os mais críticos da gata, mas que adoram vir aqui espiolhar dirão, pronto, andou a foder e vem para aqui espalhar a notícia. Bom, essa não é propriamente a grande notícia, facto é que fiz "o mais lindo do amor" da forma mais ridícula, absurda, vergonhosa, porém...divertida, que possam imaginar. Nós mulheres somos as primeiras a atacar os homens e a obsessão das meias na cama, então e se as meias fizerem parte do cenário? É estúpido, para mais se forem como as minhas, cheias de cores e a chegar aos joelhos. O que poderei dizer de mim, com tanta agilidade, pois quando se gosta faz-se com muito gosto, serei a nova Teresa Ricou formada no Chapitô, para mulher palhaça, só me falta o nariz vermelho em forma de batata.

Ensandecida pela...campainha...


O raio dos velhos faziam uma autêntica "sitcom" entre eles porque passavam o dia a ouvir a campainha tocar. Eu ouvia-os matraquear e lá pensava para os meus botões haver um certo exagero. A maior parte optou por colocar as caixas do correio fora do prédio, era menos um ou dois "ding dong". E os outros? Os que vendem promovem ou impingem productos, lutam por causas, pedem a nossa assinatura ou tão simplesmente querem fazer a leitura dos contadores. Hoje senti na pele, o que é viver completamente importunada por uma campainha. Eu não abro a porta a ninguém, lamento, avisem antes. Quem foi, e sei que foi muita gente ao longe de uma manhã inteira, tocou a todas as portas para não ter nenhuma resposta. Fiquei sem saber, seria a guardiã do prédio, a única efectivamente em casa, ou então há outros paranóicos que se recusam pura e simplesmente a abrir a porta ou até a perguntar "quem é?". É por essas e por outras que, sem eu querer, a senhora minha mãe de chave em punha entra-me porta dentro, já noite escura, sabe que eu não estou para ninguém...nem faço tensões de estar.

O Bruno está de volta...


É aquele ritual. O SMS cheio de erros e abreviaturas de um número que desconheço. Eu respondo, ingénua, perguntando de quem se trata e a resposta chega num instante e sob o nome "Bruno". Reviro os olhos, atiro o telemóvel cor-de-rosa que estimo mais que a própria vida e penso, o Bruno está de volta...pela...enfim, já terei perdido as contas. É figura que sai da minha vida quase sempre à vassourada, mas dizia o meu médico certeiramente, os homens gostam ser tratados como cães "xiiii, vai já para a casota", exemplificava enquanto fumava uma cigarrilha insuportável. Eu ri, para não chorar, à saída da consulta eram certinhas, 100 lascas a voar directamente da misera conta desta gata, vira lata. No caso do Bruno, não o quero a meus pés, dentro ou fora da gaiola. Apreciava genuinamente que desaparecesse para sempre do meu horizonte porque é alguém com quem não tenho nada a aprender e sem nenhuma sensibilidade. Se das outras vezes me debatia longamente com ele em sms's inglórios, desta vez irei silenciar-me, e por certo, falar para o boneco irá cansá-lo e frustá-lo. Figas por mim, por favor. O Bruno outra vez, não.

segunda-feira, 19 de março de 2012

# Cats - Zeca Afonso

Andava na faculdade e tinha a mania que as mulheres queriam-se com a depilação por fazer e pêlos nas axilas. Um dia soube que se dizia nas minhas costas "fufa comuna", fiquei lixada por acharem que alguma vez pudesse votar no partido comunista. Aliás, falar nisso, é meio caminho andado para o síndroma "Diácono Remédios", gaguejo e fico fora de mim, mas para tudo há uma explicação.Ora o meu pai é todo "Cunhalista" (acho que acabei de inventar um novo conceito) eu só posso ser contra, na verdade, dizia que as sobrancelhas do Álvaro Cunhal faziam-me lembrar o Alf. A conversa "esses bandidos, era vê-los todos pendurados", lá se dissipava com o bicharoco que supostamente vinha de outro planeta e riamos um pouco. O Zeca tinha Coimbra no coração, também eu, e pelos vistos a mesma paixão pelos felinos, só por isso vale a pena estar aqui. E sim, era um belo poeta e tinha uma voz que ganhava pela fragilidade e subtileza. O resto...o camarada, a foice, o martelo... I really don't give a shit!

O Natal é sempre que uma mulher quiser...


Os putos não curtem receber meias como presente. Eu possivelmente, também não gostava, por essa altura, ter na árvore de natal de plástico pijamas ou roupa interior. Hoje adoro meias e quanto mais coloridas melhor. No outro dia, entre pijamas com vaquinhas voadoras e tartarugas maquilhadas, encontrei meias polares ainda com etiqueta, prenda de Natal. Olhei-as com um contentamento gigante, senti que o Natal pode ser qualquer dia, especialmente se houver meias por estrear ou embalagens de món cherry em embrulhos farçolas.

Tão Marilyn...


Antes de apanhar o comboio da ponte, o café, no mesmo ponto. A mulata de humor volátil conversa com um conhecido. Discutem alianças e os significados, cumprindo o protocolo das bodas de Prata e Ouro. Atiro para o ar, e que tal alianças para "estou livre e completamente disponível?". Observam o meu "look" boneca, é dia do estilo "princesa Leia" e poncho a fazer lembrar o Popas da Rua Sésamo. O homem, do alto do seu 1 metro e noventa não hesita, "mas está sozinha porque quer". E naquele momento, talvez pela primeira vez, senti-me tão Marilyn. A fragilidade e a insegurança da mulher que todos julgavam ter os homens a seus pés. Que pelo atrevimento e algum despudor, lhe atribuíam o título de leviana, quando no fundo era uma  romântica, sempre em busca do amor e da aceitação dos outros. Não houve homem que conseguisse fixar na sua cama de imaculados lençóis de cetim brancos. Hoje a minha cama está coberta de polares cor pistacho, ao preço da uva mijona no Continente, e só o meu gato insiste em lá ficar. Sinto-me grata.

domingo, 11 de março de 2012

A dama....sem o ferro...


Lisboa, nem sei bem onde. Uma daquelas comunidades de estudantes, o tema era México, porque os organizadores celebram um ano de estadia em Portugal e, como se isso fosse realmente motivo de celebração, ali juntaram tudo o que era gente para comer, beber e dançar....música mexicana. E eu, completamente "fora" do meu ambiente. Pensavam que era uma estranja qualquer, diziam que no terceiro piso moram as meninas do norte da europa, talvez confundida com uma, houve uma mexicano horrendo a tentar meter conversa comigo. Fui para a varanda, se me sentisse com um ataque de claustrofobia, não hesitava em saltar.Apareceu a Margarida, feia, gorda e borbulhenta, cheia de maquilhagem, mas uma joia de simpatia. E ali ficamos na conversa, até que concluímos que naquela festa não havia um único homem bonito. Como vingança, roubamos um ferro de engomar que bem falta me fazia cá em casa. Mas como sou rapariga de consciencia, cheguei ao fundo da rua, algo envergonhada, voltei atrás e meti o ferro à porta da casa dos bacaninhos. Será um enorme mistério pela manhã....tudo ainda meio ressacado, questionando-se, o que raio faria um ferro à porta de casa, como se de um bébé abandonado de tratasse. É que sou de ferro, em algumas coisas, bastante implacável e até má, mas noutras, a minha moral leva sempre a melhor. 

Cogumelos laminados...


Comprei uns brincos giríssimos em forma de cogumelos e logo lembrei o João, que de resto nunca esqueço. O João, nem o sei particular apreciador de cogumelos, mas tem para mim o "cogumelo mágico" mais lindo e hábil do mundo. Dizer que estou carente não é justo, eu sou carente, por natureza. E voltar a falar com o João, sabendo a possibilidade de senti-lo em mim uma vez mais , parece quase tortuoso optar por manter-me em casa, sozinha com o gato e sonhando, apenas, com a beleza que são os nossos corpos em total comunhão. Perguntam-me, porque não haveria eu e o João, em nome dos velhos tempos, a resposta é tão simples, para alguém cheio de noias, fico com as minhas e prefiro matar saudades com cogumelos laminados dos que se vendem no Pingo Doce.

Havia de ser bonito...


Juro. Nunca pensei chegar àquela idade de não conceber ninguém dar-me opiniões. Não queira dizer que não seja muito mais tolerante que há uns anos atrás, e sou, sem comparação. Falo exclusivamente na relação homem/mulher, parece-me que virei uma feminista de buço aguçado. Fico transtornada quando um "banana" quer sair do meu carro para ajudar a estacionar, ou tento controlar o meu humor quando, critica a moldura que escolhi para o quarto ou condenar a foto que tenho da Madonna desnuda acariciando um felino. Lamentavelmente, cheguei a essa fase, a que poderei chamar de "orgulhosamente só". Compreendi isso ontem, quando dei comigo a discutir sozinha, a mandar o meu parceiro "para o caralho", porque eu sou "mais mulher" e faço o que bem me apetecer. Havia de ser bonito, não puder deixar o meu soutien na sala, junto ao centro de mesa durante uma semana ou mais?!!!

quarta-feira, 7 de março de 2012

Síndroma "Perpétua"


Já antes falara do meu infortúnio em não travar a entrada a toda a "gentalha" no blog da gata. Isto não é um blog de afectos, partilha de receitas de bolo Yogurt ou técnicas de ponto cruz. Neste "spot" fala-se mal e muito porcamente, porque a gata (com dias uns dias melhores que os outros), não precisa vir para aqui personalizar uma Hepburn da treta e mais não passa de uma borralheira com tufos nas axilas. A todos quantos tenham o síndroma "Perpétua", a mítica personagem da novela "Tieta do Agreste"....lua cheia de tesão (dizia o refrão no genérico inicial), ponham-se daqui para fora...xô xô....galinhagem....sigam para o blog de "a pipoca mais doce" que tem coisas tão mais edificantes e de mais fácil assimilação para os vossos cérebros....

Em Beja....


à semelhança do MEC, que adoro, lançou há muitos anos atrás um livro de seu nome «Os Meus Problemas», a que poderei adaptar o título, os meus defeitos.

-Ciumenta
-Egocêntrica
-Manipuladora
-Carente
-Compulsiva
-Adicta
-Umbiguista

Em nenhum deles, desta extensa ( ou não tão extensa assim) lista, não consta "a inveja".  Mas "em Beja", porque adoro o Alentejo, já terei sido muito feliz, e isso sim, fará muita inveja a gente que "espiolha" os blogs alheios em busca de encontrar uma vidinha, já que não têm nenhuma. 

Queridinhas, como dizem os "gringos" GET A FUCKING LIFE....

terça-feira, 6 de março de 2012

Mais de mim...


Oiçam, foram anos, tantos anos a queixar...ninguém me liga. Sou uma vítima, o meu telefone mantém-se calado dia e noite, ninguém quer saber de mim. Se morrer só o gato irá ao meu funeral, certamente para fazer uma última mija, e tapar à vontadinha com terra, lá sabe que em casa contam-se pedrinhas na caixa das necessidades, como se tratasse de uma caixa de esmolas....tudo porque passamos efectivamente por...dificuldades!
O peixe morre pela boca, nunca soube que raio quer isto dizer, mas eu não atendo telefones, ultimamente. É posivel que o ditado se aplique. Ok, se me tocarem à campaínha também não abro, mas isso é uma tradição. Faz parte do meu ser, o telefone, vejamos, não sei o que se passa, mas não me apetece falar com ninguém. Ele toca, ponho-o no silêncio e faz de conta que aquela chamada nunca aconteceu. Pior é quando, horas mais tarde, alguém cobra "estou farta de ligar-te, pá". Ando tão ocupada, é a resposta mais farçolas do mundo, odeio-a, mas talvez até seja verdade...ando tão ocupada a tentar gostar só um bocadinho mais de mim...

Super Mulher do Burgo...


Há tantas. Conheço uma, que subindo o elevador me confessava, não gosta que lhe diga que tem buço e usa cuecas de gola alta....porque é verdade. Mas ela é a super mulher, seus pedidos são uma ordem, o mundo vai bebericando da sua energia, como se de vampiros se tratassem, devidamente bronzeados e com pinta de machos latinos, para disfarçar. 

Pois a minha vizinha caiu do terceiro piso, à parte de uma ter 30 e outra ter 60 anos, ambas as personagens se julgam a super mulher. E ver a minha vizinha empuleirada numa varanda alheia, porque se esquecera da chave (sabe-se lá onde), parece-me tão familiar como a senhora que me envia um sms a perguntar "que horas são". Com pena minha, vizinha que adoro por também ter boas energias e ser mulher empenhada nos afectos (sem que isso queira dizer entrar em demasiada na intimidade de cada um de nós), escorregou e lá veio por ali abaixo. 

Ora Sara Maria, a cair, seria do quarto piso, mas talvez este post lhe sirva para lembrar que "WonderWoman", é tão simplesmente uma figura dos Comics. Há a notar que a vizinha, inteligente, qual Tom Cruise em "Missão Impossivel" (para criar suspense) ainda se foi aguentando nos varandins inferores, e até se pendurou nos canos exteriores no prédio. Sara Maria, que não tem discernimento para coisas básicas como andar com relógio, mas sei, teria a mesma inteligente para amenizar a queda. 

A vizinha está partida, mas bem, dadas as circunstâncias. A Sara Maria, é possível que volte a perder as chaves, algures, mas deixo-lhe a dica, se é para mostrar as habilidades, ao menos fá-lo num sitio com estilo, não no Barreiro.

O peito do amigo...


Sábado só me apetecia chorar. Não sai de casa, nem de cama, tudo escuro. Só eu e o gato. É bom, mas ele não tem patinhas que cheguem para me enlaçar. Às vezes, coloca aquela garras peludos de volta do meu pescoço. Naquele dia, só queria uns braços maiores que os meus, um peito onde pudesse deitar a minha cabeça, as minhas lágrimas caíssem sem vergonha, houvesse ranho, quem sabe um pacote de lencinhos ensopados, e um "enrolanço" cúmplice. É para isso, e para dizer que somos uma das mulheres mais bonitas e interessante que conhece, que o tal amigo gay serve. Naquela momento, precisava da minha bichinha, mas trabalhava para os seus luxos cheios de futilidade e eu perdia o meu tempo, deprimida, por uma futilidade tão maior.

Atum e Papel-Higiénico


Que mais precisa uma mulher moderna para ser feliz!
Porque o mês não está a correr muito bem, há que recorrer a medidas extremas, assaltar a casa dos pais em busca de mantimentos. Até no pedir sou pobre, limitei-me às latinhas que fazem a minha vida valer a pena, atum, juntamente com uma grãozada. E o papel higiénico? Nunca pode de maneira alguma faltar neste lar disfuncional, onde há uma semana ninguém consegue passar no Hall de entrada tal é o caus. Antes de colocar em prática o plano de roubar rolos no trabalho, e porque não gosto de entalar os colegas, esses grandes "cagões", brutais utilizadores de papel...a Carmen lá diz indignada, burrifo limpa vidros numa mão e pano do pó na outra, deve andar alguém a levar rolos para casa. Ora eu não sou, nem papel....verdinhas, nem o branquinho, tão fino que se o jeito fôr pouco...borrou.... 

# Fazia-lhe a Folha: Rafael Morais

domingo, 4 de março de 2012

#Couples: Clementine & Joel


Ele acha que Clementine sou eu. Não tenho qualquer dúvidas que ele é o Joel. Enviou-me um mail, perguntando somente se nos reviríamos, enquanto casal, no filme «Eternal Sunshine of a Sptless Mind». Definitivamente, respondi-lhe. Mas se nem em Hollywood, num argumento feito ao milímetro as coisas correram bem, quanto mais na vida real. Eu conheço-me, sei dos meus medos, e todos os dias acordo sabendo que tenho de os enfrentar. Há dias que me recuso a olhá-los nos olhos e me tranco no quarto escuro, quero apenas o meu gato. Eu sei disso, combato, mas não é assim tão dificil siguir o lema de "Maria vai com as outras" se o apelo me inspirar confiança e afecto. Ele não, absolutamente casmurro, intolerante, défice de auto conhcimento, recusa-se a encarar os seus fantasmas de frente e fazer-lhes valentes manguitos. Em «Eternal Sunshine of a Sptless Mind», Clementine e Joel, tentaram, porque nenhum dos dois planeou amar profundamente o outro. Eu jamais poderei esperar que um qualquer Joel das Avenidas Novas, se venha a descobrir em longa sessões de psicanálise, para mais tarde, quem sabe dar-me um "sim" lacónico e revelar-se no fim das contas, uma péssima queca.

No cú...nem sempre é um descanso...


A minha mãe é a grande cúmplice, mas desde que não vivemos debaixo do mesmo tecto, partilhamos os nossos infortúnios pelo telefone. Não venham com a moral do banho diário e tal, porque eu sei de fonte segura, muitos dos que espreitam este blog também fogem da água a sete pés, por esta altura do ano. Compreende-se, está frio. Mas ninguém assume, a não ser eu, que por ironia, deixei 500 lascas na companhia da água, e uma dívida que nem sequer é minha. Confidenciava-me a minha mãe, realmente passava bem sem tomar banho uns dias, não vinha mal ao mundo, nem cheiro. Mas há uma parte do corpo que fede, e fede muito...é um fedor tal, leva talvez a reequacionar o bidé como essencial numa casa de banho famíliar. O cú, dizia com uma voz de dor, o cheiro a cú é horrível. Saibam, meus 12 cibernautas que me lêem (acho que perdi 3, desde a confissão da borbulha na patareca), que vou ali lavar o cú, e talvez ainda volte hoje para mais uns quantos desabafos.