quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Vai uma "Avé Maria"?

Uma vez embeicei-me por um preto. Delicado, inteligente, espirituoso e teso que nem um carapau. Como qualquer artista português não tinha onde cair morto mas eu não me importava nada de lhe servir de guarida durante uns tempos. Para conquistar o seu amor, era a "jarbas" de serviço, chegava-me à frente nos cafés e restaurantes, para no fim nem um agradecimento receber. Nunca me senti melindrada por isso. No meu âmago sabia não ser correspondida, a ilusão, a vontade de querer amar de novo, levava-me a um limite de burrice incalculável. Um dia encontrei a mãe dele, uma jóia de senhora, viu-me no carro a largar o bandalho do filho e meteu a cabeça dentro da janela e disse, "lá na minha Igreja, eu sou da IURD, vou rezar por ti". Mais não precisou dizer. Sacana do preto nunca mais entrou no meu carro, bebeu ou comeu à minha conta. Mesmo assim recebo uns quantos "likes" da sua parte, de quanto em vez no facebook. Será um agradecimento, já meio tardio?