sábado, 26 de novembro de 2011

A minha purpurina, por favor...

Uma mulher faz o buço, dá um jeitinho nas sobrancelhas, põe aquele creme de rosto milagroso e sai de casa resplandecente. Eu sei que estou gira, umas jeans justinhas, uns ténis dourados que ela me ofereceu, uma camisola muito vintage com aplicações, também em dourado, e o perfume que me distingue à distança, sem enjoar. Não sou Inês pela verdura, mas estou segura, sim estou. Sorrio para mim, sorrio para quem passa,  sorrir faz bem à figadeira, e chego ao trabalho, perguntam-me se sou doida a rir sozinha. A resposta, simples, porque não?! Ninguém estragará o meu dia, penso, dispo o casaco e continuo a brilhar e o Guilherme entra no meu estúdio, viro-me para ele esperando um elogio rasgado. Com um paneleiro de merda, o momento nunca é realmente nosso, sim sim sim....elogia num par de palavras a minha indumentária, mas em poucos segundos arranja maneira de virar todas as atenções para si. São os sapatos, o cabelo, a camisola e o diabo a sete. 

Meninaaaaaa, assim não dá, estou cansada....