segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Nunca me enganou

Desde que estreitamos laços, trata-me como uma fraca, uma emocional da treta. Digo-lhe que tenho orgulho na minha dor, no meu sofrimento, porque enquanto assim é quer dizer que sinto as coisas à flor da pele. Porque aceito cada vez mais o prato que me querem dar a comer, tenho alinhado em todas as sopas que insistem em servir-me, chego a casa empanturro-me de comida de plástico e continuo a pensar por mim mesma. Com a moral dela posso eu bem. Esquece-se que a primeira vez que a vi, estava perdidamente apaixonada, e esse brilho que uma mulher tem nos olhos ninguém pode negar. Digo dela nessa altura uma mulher fraca? Não, parece que usava apenas uns ridículos óculos de filtro cor de rosa, ou quem sabe caminhava sob nenúfares. Depois de eu própria ter levado no totiço por "entrar e sair" de várias paixonetas, sinto-a, instável, as borboletas no estômago, uma inconstância, uma vontade de voar...ela gosta de grandes histórias de amor, mas quem é que quer enganar??