I Want Candy, diziam os Bowowow, naquele hit dos 80s. Fosse apenas uma canção e não haveria motivo para preocupações. De há uns meses a esta parte, devoro tudo o que são doces, desde o mais requintado "petit gateau" até ao simplório salame, marcha tudo, numa voracidade vergonhosa. Se bebo um café numa pastelaria típica lisboeta, arruinada, quando dou por mim, levo uma caixinha de miniaturas que irei desfazer num ápice. O que terá desencadeado a minha recente obsessão por tudo o que é doce, afinal de contas diz o povo, o que é doce nunca amargou?! Há uma pessoa que se refere a toda a gente como "aquele/a caramelo/a", para uma compulsiva alimentar, qualquer pormenor é potenciador e poderá acordar o animal adormecido nesta carcaça frágil e vulnerável, com um espírito ainda mais pobre, como é o caso. Talvez sugira à jovem tratar as pessoinhas por "ó camelo", com sorte deixarei os doces. Se ganhar duas bossas e muito pelo, ao menos à minha passagem, quem sabe alguém se lembre de cantar "o areias é um camelo" e ficarei embevecida, relembrando uma infância abundante em caramelos e um metabolismo invejável.
