Passo o dia a ouvir música, são ossos do ofícios. Chego a casa, apetece-me ouvir o som que curto, o silêncio ou o "ron ron" do bichano. Porque trago sempre trabalho para casa, o gato cobra-me atenção, aborrece-se comigo porque não posso ser sua em exclusivo. Na mais pura alienação que vai na minha própria cabeça, animal, nem imaginas como preferia estar debaixo das mantas contigo, digo-lhe, enquanto ele se vai auto brochando. Porém, passo horas no PC, a pôr a escrita em dia, depois de um longo e fúnebre silêncio escolho Goldfrapp, o último que a crítica arrasou, ainda bem...é motivo para eu gostar mais. E gosto, lembra-me as boazonas nos idos 70's no ginásio de "maiô" a fazer aeróbica, os cabelos oxigenados, ripados e a ouvir disco sound. Diverte-me, e desconcentra-me um bocado, mas vale a pena. Recordo o João, ouvi "Head First" na casa dele, fumava o seu charro, fugia dos fantasmas que o atormentavam, ficava astral. Até o cheiro me pode desencadear um ataque de pânico, por isso refugiava-me na varanda a ler a minha bíblia, a Blitz.
