Adoramos a conversa da sinceridade. Há que dizer as coisas na cara, olhos nos olhos, só que tantas vezes marinbamo-nos para a honestidade dos outros, fazemos portanto, ouvidos moucos.
Vejamos a minha situação, havia merda para limpar, e só eu poderia fazer árdua tarefa. Cada vez que limpo o cubicuo do "doce caramelo" canto Bonnie Taylor "loving you is a dirty job....but somebody's gotta do it" e a coisa faz-se. Ultimamente eu é mais Capicua nas rimas às vezes imperfeitas mas sempre certeiras. Não me apetece recuar ao tempo das permanente, cabelos ripados ou loiro oxigenado. A mãe veio a casa e como sempre, parecia um perdigueiro, comentou "cheira a merda". A sinceridade acima de tudo nesta relação. Eu continuei a desfolhar os meus livros da Anita e na sua contracapa descobrindo o infinito, até que a oiço falar ao gato "olha diz ai à tua dona para limpar a casota, porque cheira a merda que não se pode". E eu fui. Senti vergonha, ver o recado chegar a mim por terceiros.
Back to the 80s. Lá estava, cantando a "algarvia" Bonnie Taylor e no meu imaginário o cheiro tóxico da caixinha do gato, mais não era do que uma bafurada de laca extra nos meus supostos cabelos ripados.
