terça-feira, 5 de junho de 2012

O Enterro da gata persa


Já estava decidido. Falei com algumas pessoas que conhecem a identidade da gata e revelei que deixaria de andar por aqui uns tempos, longos. Precisava viver e o que dispensaria em palavras não reaveria em experiência sentidas lá fora, com o sol a bater-me na pele e os sorrisos soltos pelas ruas entre amigos que me querem bem. Mas essa não era a verdadeira razão para deixar este espaço, pelo menos por um tempo que defini, longo. O meu duelo constante com a escrita cansava-me até aos ossos e se escrever faz parte de quem sou, quando o processo se torna numa batalha, mais vale guardar a viola no saco. Alguém, de grande importância na minha vida disse-me, escreve. O quê, perguntei. Escreve, ordenou. Pelo que ainda não é desta que a gata ficará sete palmos abaixo da terra. Escrevo, aqui, acoli. Com ou sem identidade desvendada, escrevo, sobre o que me der na real gana. Ela ordenou e eu sou uma serva aos seus mandos e desmandou, porque sei que me quer bem. Por agora é tudo, um até já:)