terça-feira, 25 de outubro de 2011

Sebenta

 
Há alturas assim e não me apetece tomar banho. É uma necessidade de chafurdar no mais profundo do meu ser, literalmente e sem recurso a metáforas. Poupa-se na água, gás, sabonete e na pele, que assim acumula mais uma dose de sebo. Passa um dia, dois, três, e a vontade de ir para debaixo de água? Só o gato se revela desejoso por chapinhar na banheira. O telefone toca, a mãe pergunta, a amiga inquire, o amigo questiona, tudo em torno da mesma temática. Orgulhosa, recuso-me em chegar o pelo à água e cubro o corpo com camadas de roupa, escondo o cabelo com chapeus e aparatosos carrapichos. Surgem as primeiras ameaças, haverá consequências se não tomar banho. Antes que campainha toque com um louco qualquer a barricar-me na casa de banho, vou ali desencrostar um pouco do "bedum", porque este encontro comigo mesma começa a nausear-me ligeiramente.