Há palhaçada que não me envolvo, as greves. Odeio-as, mesmo. O que constato nessa patetice? Serve exclusivamente para empanturrar o trânsito, porque a maior parte das vezes quem vai para a rua acenar bandeirolas e erguer o punho, fá-lo para conviver e nem sequer tem dos argumentos mais válidos para paralisar o que quer que seja. Vejamos os tipos do Metro, lembro desde sempre as suas reinvindicações, e todos sabemos que ganham bem. O pessoal da minha classe profissional raras vezes se queixa, trabalhamos que nem uns coirões velhos, ganhamos mal, levamos porrada e ainda por cima gostamos. Está bem, nem todos podem ter o mesmo espírito de sacrificio nos seus ofícios, porque nem todos amam como eu o que fazem, mas se é para confraternizar, prefiro uma chávena de chá na mão e uma conversa fluída e apaziguadora, do que o azedume dos grevistas e o raio da vareta na não com uma bandeirola dançante.
