O Guilherme é um exímio coleccionador de pessoas. Lembro quando tive o primeiro gato, pardo, logo quis ter outro, e segui numa paixão desmedida coleccionando felinos de várias cores. Fazê-lo com pessoas, é meio sórdido, ouvir falar do carequinha, do gordinho, do loirinho, quase lembra o desfile de gatos que há lá por casa. Lá me vou rindo com as histórias do Guilherme, e como se descarta de alguns elementos da sua colecção. Uns porque cheiram de alfazema, outros gostam de música indie, e há os que simplesmente são demasiado sensíveis, a lembrar quase uma mulher. Na colecção do meu querido amigo, há certamente um défice feminino, sinto-me o novo cromo da sua colecção. Olha-me fascinado, diz estar a escrever um conto sobre mim, e dá-me a sensação que até nem se importava de fazer um "test drive" para desenjoar. Isto não me agrada mesmo nada, o Guilherme é um doce, mas sem dúvida um yogurt estragado.
