Eu sou um pássaro, diz a tipa. E o gajo acha aquilo um bocado apaneleirado, mas como ela insiste, cede. Está bem, se és um pássaro, eu sou um pássaro. É assim que deve ser o amor, sem máscaras, medos, resistências, muros de betão a impedir que os sentimentos fluam com naturalidade. Quando um dia lhe dei um beijinho na ponta do nariz e depois o esfreguei à esquimó, disse-me num tom crítico "queres fazer de mim um maricas de merda!". Seriam as nossas mariquices e ninguém precisava de saber, porque entre um casal não deve haver tabus nem medição de forças. Não estamos num campo de batalha, pois não?
