terça-feira, 20 de setembro de 2011

Bola de neve...

Cada vez que sorria, genuinamente odiada. Inveja, diziam-me. De um ordenado miserável? De uma situação amoroso tristíssima? De quê, dava voltas à cabeça! Sei que o simples sorriso nas adversidades enfurece quem não consegue dar-se por contente com os grandes feitos alcançados diariamente. O dinheiro é certo na conta, os carros à porta do chalé, as obras e remodelações em casa, as férias de Verão numas ilhas exóticas, mas não conseguem sorrir e ser felizes. Eu carrego a minha própria bilha do gás, porque não há quem me ajude ao longo de dois lanços de escada, durmo com um gato que me morde, conto rolos de papel higiénico e já não sei o que é sair de Lisboa há muito tempo. Sorrio todos os dias, ora porque faz sol ou chuva, sorrio porque sim ou porque não, também. Tal como me encharco em chá, assim tento fazê-lo em porções diárias de felicidade...pequenas e deliciosas doses, para apreciar cada momento.