Falam-me de relações com 10 anos, como se isso quisesse dizer alguma coisa, afinal, 5 desses anos foram absolutamente tortuosos. E os outros 5 também não foram tão fantásticos quanto isso, mesmo assim, as pessoas insistem nos tais anos, um número enorme, quando um encontro fortuito por vezes pode ser tão mais intenso e cumplice do que aquela relação (infindável) alguma vez teve. É por isso que estou tão orgulhosa da Ana. Conheci uma mulher intrevada numa relação mal sucedida, quase desde o dia que começou, e sem qualquer força para mudar lá se mantinha em nome da tradição familiar. Dizia a imprensa que a crise leva à redução dos divórcios, contra todas as expectativas, Ana solta o grito do ipiranga. Há umas semanas atrás, bebendo um café sabor a menta no Starbucks, revela-se a adulta que nunca conheci. Já encontrou casa nova, está a tratar de comprar um carro e já fez saber ao marido que está de partida. Os filhos, começam a ser preparados para as mudanças, e mediante birras de meninos mimados, ela coloca-os na linha sem brutalidade mas firmeza.
