Quando digo que escrevo uma autêntica bodega, não é para ouvir, em contraposição, comentário paternalistas. Nada disso. Sabem aquela sensação de gostar muito de algo, mas saber que realmente não fomos talhados?! Talvez lhe pudesse chamar o síndroma "Natália de Andrade", com a diferença que a senhora era autista (e surda) portanto achava-se absolutamente espectacular na sua mediocridade. Eu sofro, por severas limitações que só com muito treino, disciplina e dedicação iria amenizar. Depois há o meu editor, uma bicha do demónio, insiste em não corrigir as crónicas antes de as mandar imprimir. Só me apetece chorar, quando vejo a revista na rua, e as gralhas que ninguém se lembrou de limpar, mas ele continua a querer-me muito na sua equipa. Quer até que escreva uma BD e tudo. Sinceramente acho que sou bastante surreal para ser real, talvez na banda desenhada reencontre o verdadeiro eu, no esplendor de toda a minha estupidez.
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
350
A questão impõe-se, onde vou arranjar 350 euros até 6 de Março? Conto que o patrão pague a tempo e horas, mas não esperaria uma batelada destas, ainda por cima com a ameaça bem visível - AVISO DE CORTE. Eu sou rapariga de contas certas, mas viver numa casa alugada baralhou-me o sistema, pagar coisas em nome de um outro bacano deixou-me atordoada. Há no entanto, uma mensagem muito válida a tirar de toda esta situação, amanhã terei de acordar pela madrugada para resolver o problema. Para nunca sai da cama antes do meio dia, é positivo. E mais, se por acaso me cortarem a água, não é tão mau como se me cortassem a luz, como é sabido, eu sou como os felinos, prefiro banhos de língua, mas sem a minha TV é que não passo....
É por isso que vale a pena ser mulher...
A Ana ligou-me, histérica. Colocou-me a par das cusquices no trabalho, as intrigas, o drama, a conspiração. Durante sensivelmente 45 minutos com o telefone entre o ombro e a orelha, aparei as sobrancelhas, depilei a "patareca", tirei a maquilhagem, hidratei a pele, lanchei, dei de comer ao bichano e fiz uns quantos uploads há muito prometidos. A Ana terminou, linda, amanhã ligo-te, disse. Bom, um montão de tarefas haverá concerteza aguardando um telefonema que requer tão grande exclusividade em atenção.
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
15
Ninguém lê este blog. Ao contrário da Sara Maria, cuja vida parece despertar o interesse de meia blogosfera, aqui não se passa nada que interesse. Talvez porque não escreva de afectos, criancinhas, amiguinhos e os costumeiros pretendentes que (supostamente) enchem a caixa de mail com propostas algo vampíricas. Há no entanto, 15 pessoas que lá vão passando por aqui, uma delas é a Sara Maria, tentando quem sabe compreender todo este meu mau feitio. Os outros 14 não faço ideia quem são, nem quero saber, mas agradeço desde já. Gosto desta sensação de anonimato, caso contrário não poderia dizer à descarada que tenho uma borbulha mesmo ao lado do clitóris. Ninguém diz isso, a não ser que esteja muito bem mascarado. Só um aparte, se virem a cara de Miss Andrey Tautou na ilustração deste post, parece que há algo que também não vai muito bem com ela. Será uma infecção urinária? Ter vagina não é nada fácil....
5 da manhã.
Há algo de verdadeiramente sórdido. As horas que perco no Zone Reality da Cabo, não é normal! Os crimes, os atadinhos revelam-se serial killers, as esposas esmeradas afogam os putos na banheira, o vizinho prestável é pedófilo e gosta de comer os cadáveres das vítimas. Eu sou uma pessoa muito sórdida, porque fico até às 5 da manhã, completamente vidrada nestas histórias cheias de sangue e violência, autênticos crimes passionais. Depois venho para aqui dizer que sou a últimas das românticas num estilo shakespereano incompreendido. Eu sou é uma carniceira, atentem nisto....depois não digam que não avisei.
Mas afinal para que me serve esta merda?
Todas as manhãs, o mesmo problema, chichi. Inferniza-me mais uns momentos na cama, ali fica, transtornando-me, nem descanso nem me levanto. Todas as manhãs o mesmo dilema. Hoje, antes que o chichi desse de si, eu dei por ele, rabinho na sanita, gato a passear-me pelas pernas, puxo pelo papel higiénico, limpo o pingarelho e "ai". "Ai?!", mas porque haveria de doer, faço o que todas as mulheres deveriam fazer, observo "a que há muito morreu" ao espelho, ou anteriormente conhecida como "a beiçuda" e lá está, junto ao clitóris uma borbulha. Não sei porque tenho vagina, sinceramente, se é para merdas destas, mais vale pô-la a saldo no ebay...pode ser que alguém lhe pegue, com borbulha e tudo.
Levei um tiro no coração...
Sou alvo fácil e sempre serei. Como o tiro foi tão certeiro não há em mim forças para espernear. Quero apenas estar só. Hoje acordei, como num dia normal, a custo respirei fundo, vesti a melhor roupa e maquilhei-lhe para que o mundo não me dê por vencida. Cumpridas as minhas obrigações, retomei onde só quero estar, no meu lar, a cama feita de lavado, a minha colecção de DVDs, o gato aos meus pés e um portátil para deixar bem claro aos meus detratores, ainda não foi desta...
Mentes com todos os dentes que tens na boca....
Uma das características que apontam nos outros como essencial, sinceridade. Não sei até que ponto a sinceridade é assim tão necessária, acho-a até sobrevalorizada. Especialmente porque há "mentirinhas" que nos fazem tão bem ao ego. Um parolo disse-me parecida com a Julianne Moore, como se não bastasse fazia trocadilhos tão felizes como "então Juliana, o que fazemos "amanhana"?". Recentemente outro palerma jura que eu tenho qualquer coisa de Kate Winslet, desde que não seja na fase Titanic (estava gorda que nem uma potranca), está tudo bem. São dois estoiros de mulheres, até sou capaz de encontrar muito remotamente algumas semelhanças. Mas nesta disparatada toda, daqui a pouco até o gato tem laivos de Ryan Gosling. Um prémio para esses grandessíssimos mentirosos!
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
Fufíssima...
Gosto da Filipa. É boa miúda, não levanta ondas, faz o seu trabalho, simpática q.b., deixa escapar algum humor disparatado (à semelhança aqui da gata), para se escudar um pouco da sua verdadeira essência. Por mim, está tudo bem, a sua patetice já me conquistou, e para palhacita, palhacita e meia. Há no entanto um grande senão, a Filipa é quase de certeza fufa e como tão bem sabem eu sou, "fufofóbica". Eu adoro apalpar o rabo às minhas amigas ou escrever-lhes cartas de "amor" mas, sei que não há qualquer perigo iminente. No outro dia ofereci uns chocolates à Filipa e receio que tenha ficado com a ideia errada. No dia seguinte cumprimentou-me com dois beijos e elogiou o meu perfume. Ou muito me engano, ou um dia destes, é preciso ter uma conversinha com a fofa de olhos amendoados.
Orgulho gay....bacoco...
Ninguém acredita que não temos um caso. Agora até gostamos de nos abraçar em público, andamos pela Lisboa dos turistas, como duas borbuletas, espalhando cor e boas energias. O Guilherme é o paneleiro com mais pinta que conheço, acima de tudo, porque tem a questão da sexualidade muito bem compartimentada na sua cabeça. É no entanto muita graça, vê-lo apardalado, em frente ao elcorteinglês, falando da gata que é a actriz Helena Laureano. Eu que não sou fufa, afirmo que naquela caso até abria uma excepção. E o Guilherme que fica mal disposto cada vez que fala de "cenaitas" diz com aquela, nem pensava duas vezes. Milésimos de segundo depois, coloca as mãos à boca e exclama "mas eu não como gajas!", num orgulho gay muito bacoco...
Ovelha tresmalhada...
Não sei se por ventura sentem a minha falta, mas eu morro de saudades da língua áspera da gata. O motivo pelo qual não tenho actualizado este espaço, nada tem a ver com excesso de trabalho, depressão, ou questões existenciais. De há umas semanas a esta parte ando viciada nos jogos do facebook e gosto de tudo o que não me obrigue a puxar pela cabeça. São bolinhas que rebentam, juntam-se cores, matam-se ursos à paulada, dá-se milho aos pintos e, procura-se uma o ovelha perdida e faminta.
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
Ai a minha vida....
O Paulo é tramado.
Ando com desejos de um menino chamado Pedro, como fiz um voto, somos apenas amigos. Mesmo assim, permitam-me sonhar, um belo enroscanso, com o querido de rosto tão delicado assim à laia de Ken, mas torturado em jeito de Dean. Belo e deprimente, o que pode ser mais cativante para uma miúda citadina?
O Pedro pediu-me que subisse, e a mim que só me apetece escalar por ele acima, é dificil partilhar de intimidade sem lhe fazer a folha. Tinha confecionado um bolo de chocolate e queria tanto que eu provasse, mais não seria uma provação à minha própria resistência...não ao chocolate mas ao apelo da carne.
O Paulo desmistifica;
- bolo? ele faz bolos? só pode ser paneleiro...
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
Coração fechado a sete chaves
O parvalhão do Pedro enviou um sms. Como sempre chamou-me "jeitosa" e eu pela primeira vez tive a certeza que não queria aquele individuo no meu horizonte. E não deixa de ser estranho, nunca como agora detestei ficar a mal com alguém, porém com o Pedro não considero ter ficado azeda, antes limpei-o da minha vida como quem arruma uma gaveta cheia de tralha. Temos tão pouco tempo, é estúpido gastá-lo com quem há muito esqueceu o coração num qualquer beco, como se tratasse de um molho de chaves perdido no tasco do António.
O parvalhão do Pedro voltou e para ele, o meu coração está fechado a sete chaves. Só é pena, ter ficado com o meu DVD do filme «The Fighter».
#Cats - Drew Barrymore
É verdade que gosto da exclusividade no seio do meu gato, mas agasta-me a sua constante necessidade de atenção, tanta que chega a cometer loucuras apenas para ter de mim, nem que seja um grito. Adoro as suas massagens nos meus pés, mas os seus ímpetos sexuais já paravam, até porque eu também ando carente e não vou a público lamber as partes íntimas. Por isso, trouxe ao gato, uma verdadeira gata. Linda, de família, amada pela sua placidez e meiguice, o gato não descansou enquanto não a colocou porta fora.
E cá estou no meu martírio. Doce caramelo abusa da minha paciência e do meu corpo. Pertenço-lhe e não há nada a fazer...
Sou uma gata, não uma mula....
Porque será que todos embirram com o meu carrinho de compras? Dizem que é coisa de velha, só as velhas transportam as compras assim. Lembro quando estava em Paris, miúdas universitárias com um estilo impecável, usavam estes carrinhos para os livros. Porque não sou mula de carga, continuarei orgulhosamente a exibir o meu duas rodas, por essas superfícies comerciais.
A Porca da Princesa Leia
Hoje passei o dia a ouvir "tan tan tan...tataraaaaaaaaaa....tatatarannnnnnnn", diz que é a banda sonora do «Star Wars». Odeio, não sei se tanto quanto Tarantino ou os Pink Floyd, talvez até mais do que massada de peixe ou gente a cortar as unhas nos transportes públicos. Mas porque está tanto frio e não apetece mesmo ficar de corpinho ao leu, tenho recusado o banho. Para disfarçar o cabelo meio ensebado, há a técnica do gorro, rabo de cavalo, ou da Princesa Leia. Recorri a esta última e não é que fiz sensação?? Por onde passava, especialmente os homens viraram a cabeça, lembrando fantasias de adolescência com a senhora dos totiços. Saio do tasco do António com um sorriso e penso cá para os meus botões, ser porcalhona até pode ser bastante "trendy".
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
A menina que se fez mulher
Falam-me de relações com 10 anos, como se isso quisesse dizer alguma coisa, afinal, 5 desses anos foram absolutamente tortuosos. E os outros 5 também não foram tão fantásticos quanto isso, mesmo assim, as pessoas insistem nos tais anos, um número enorme, quando um encontro fortuito por vezes pode ser tão mais intenso e cumplice do que aquela relação (infindável) alguma vez teve. É por isso que estou tão orgulhosa da Ana. Conheci uma mulher intrevada numa relação mal sucedida, quase desde o dia que começou, e sem qualquer força para mudar lá se mantinha em nome da tradição familiar. Dizia a imprensa que a crise leva à redução dos divórcios, contra todas as expectativas, Ana solta o grito do ipiranga. Há umas semanas atrás, bebendo um café sabor a menta no Starbucks, revela-se a adulta que nunca conheci. Já encontrou casa nova, está a tratar de comprar um carro e já fez saber ao marido que está de partida. Os filhos, começam a ser preparados para as mudanças, e mediante birras de meninos mimados, ela coloca-os na linha sem brutalidade mas firmeza.
Adultos que não crescem...nem querem...
O Guilherme finge que não me conhece, adora fazer-se despercebido acerca das minhas angustias, em vez disso, no puro disparate, diz que estou com as sobrancelhas demasiado densas, é preciso tratá-las para abrir o olhar. Mas o nosso amor revela-se quando, consigo lê-lo no silêncio, entender que todo aquele seu ar "borbuleante" não passa de uma armadura, daquele homem ( tão mais homem) que não deixa de o ser, só porque gosta de outros homens. Eu sou para ele, uma menina que concebe a vida na sua casinha de bonecas, e é normal que ninguém se queira pôr de cócoras para brincar com os meus tarecos. O Guilherme, não sei se pelo hábito de estar de cócoras, não se chateia nada de se pôr a jeito para vestir e despir as minhas bonecas. E até já me convidou a brincarmos aos médicos.
Subscrever:
Comentários (Atom)

















