sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Premonições

No outro dia na TV, uma criança ( talvez 6 anos), pintava um quadro, e respondia calmamente às perguntas de uma jornalista "quando for grande quero ter uma casa minha, não quero casar, nem ter filhos porque as crianças irritam-me". Pensei, sou eu, aquela criança sou eu, que há quase 30 anos, usando óculos fundo de garrafa, dizia a mesma coisa, com a mesma certeza. O meu tom foi premonitório. Mantenho-me fiel! Aquela menina, será um dia mulher e terá as mesma convicções? E se sim, será capaz de  manter-se firme à pressão da sociedade?

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Não há palhaços...

Os tempos que fazia turismo nas lojas de roupa parecem-me tão distantes. Todas as semanas, haveria de comprar um trapinho novo, para juntar aos muitos que tinha e não usava. Às vezes oferecia alguns com etiqueta e tudo - ainda por usar - a quem realmente se encantasse por eles, visto tê-los comprado pelo estimulo de vaguear desnorteada de loja em loja. Um entretém, passatempo, um lifestyle, uma enorme futilidade, não sei. Nesses tempos o dinheiro permitia-me ir longe, talvez à Pepe Jeans largar 80 biscas pelo que facilmente poderia ser confundido com um pano do pó, hoje, passo antes pela loja a caminho do comboio, compro sapatos a 6 euros, chinelos a 1 euro e assim estou calçada para o Verão inteiro. Nada mau!

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Apenas amigos

Consegui elevar a fasquia em termos de bestialidade - falo de besta e não bestial - e bater aos pontos qualquer homem. Se isto me deixa orgulhosa? Nem um bocadinho! Eu não sou como, umas tantas trintonas peitudas, recém acordadas para a vida na ilusão de que igualdade representa sermos tal e qual os homens;  "feias, porcas e más". No meu caso, igualei-os somente na parvoíce, não é coisa pouca!  Então, queixamo-nos, os homens só querem saltar-nos para cima, o eterno síndroma "When Harry met Sally" de que homens e mulheres não podem somente ser amigos. Finalmente, quebra-se o enguiço, encontro uma alma que se dispõe a estar comigo, por mim, e não pelos meus lindos olhos. E embeiço-me, qual palerma rebarbado que não pode ver um par de mamas. Pelos vistos não permito que me sorriam mais de duas vezes seguidas e faço filmes na minha cabeça que não passam de puras ilusões. Estou muito triste comigo. 

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Ilusões...

Carência, pura carência, é a única conclusão para certas ocorrências. Juro, ou assim pareceu, houve um tipo a  insinuar-se, várias vezes. Olhou-me discretamente, sorriu cúmplice, meteu conversa, estava interessado ao ponto de tecer uns quantos elogios ao meu sentido de humor, e revela alguma vontade de encontrar-se comigo um dia, a sós, quem sabe. Quando nos despedimos, um ambiente insinuante, nenhum dos dois quer ir embora, especados, frente a frente,  despedimo-nos, mas algo nos prende novamente à conversa e voltamos a cumprimentar-nos....tolice, dizemos, então, outra vez? Até à próxima, agora é mesmo,  eu sorriu, olha para trás até me perder de vista...e, por incrível que pareça, é a última vez que volto a por-lhe a vista em cima.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Bricolage....

«Um dia a casa vai abaixo» e em Portugal deu imensa visibilidade a Tom Hanks. Comédia física, que anos mais tarde comprei em DVD. Ao contrário dos comuns mortais - sonham ter uma casa - bastava-me um quarto com TV e computador. Desligada do mundo é que não podia estar, embora fizesse questão de me desligar das pessoas! Passados muitos anos, vivo sozinha, num enorme apartamento - cuja separação um dia será inevitável e que só de pensar nisso já sofro por antecipação - e dou comigo a fazer algo que sempre abominei, decoração. Aprendi a pregar pregos, com algo a que chamam "o amigo do senhorio". Abuso da criatividade em obras experimentais e recuso-me a ter uma casa IKEA ou Moviflor como todos os outros. Este é cada vez mais o meu espaço!

domingo, 7 de agosto de 2011

Cada um dá o que é seu...e a mais não é obrigado...

Dizer que nas empresas, quando o ambiente é dominado por mulheres geralmente dá para o torto, é quase uma tradição na boca de toda a gente. Eu gostava de chegar aqui e dizer o contrário, apresentar uma teoria fundamentada, mas não vou fazê-lo porque da minha experiência também tem acontecido. Acresce o irritante facto das mulheres faltaram por tudo e por nada, algo que me enfurece, mas a elas deixa-as tranquilas. Mas atenção, a intenção não é denegri-las, bem pelo contrário, por mais defeitos que possam ter em questões laborais, estão tantas vezes sujeitas a boatos sem fundamento e profundamente injustos. Odeio ouvir dizer que a fulana tal "subiu na horizontal", fico capaz de fuzilar quem estiver à minha frente. E se subiu? Qual é o problema? Cada um usa as armas que tem...além de que tantas vezes esses boatos são pura má língua e não passam de uma forma de denegrir a imagem de alguém em particular. Como diria uma senhora que conheço e de muito maus modos, talvez por isso vítima dessas situações, sem papas na língua, chegou ao local do trabalho e disse para quem quisesse ouvir "a cona é minha e eu faço dela o que bem entender". Este argumento anula todos os outros, não?!

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Desculpem lá qualquer coisinha...

Há umas quantas tolas, naturalmente me incluo, estão constantemente a pedir desculpa por ter nascido. Talvez queiramos um sentimento de condescendência dos outros, o tiro sai ao lado, acontece que somos acusadas de fraca auto-estima, criaturas de mente debilitada e que perdem parte da vida a queixar-se pelas dores do mundo. Sempre encarei a  vida como um livro aberto, exponho algumas das minhas inquietações despudoradamente. No entanto,  talvez fosse boa ideia repensar a minha forma de me dar aos outros. Para quê tanta franqueza?  No fim do dia, serão apenas menos uns calhaus que me atiram ao lombo!
Agora entendo porque tantos calam a frustração, quem está em redor prefere apontar o dedo em vez de compreender ou ser parte de uma solução. Em vez disso, acusam-nos de vestir o papel de vítima, ao estilo  ficção novelesca da TVI.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Grande...nem sempre grande coisa

Quem me conhece sabe exactamente qual o meu estilo de homem. Serei assim tão previsível? Cheguei a testar amigas minhas, num grupo de homens perguntava-lhes qual era o meu favorito, e elas acertavam sempre. Para fugir a essa rotina, tentei não me negar à partida sair com homens que sejam diferentes do meu "modelo", e acreditem foi um grande exercício de resistência. E até dou graças a Deus nenhum dos casos ter resultado, porque em termos de intimidado receio que teríamos alguns problemas. Lembro num dos casos, o tipo ser bastante gordo, embora extremamente bonito, mas cada vez que o abraçava a sensação era estranha e qualquer sentimento romântico/erótico era completamente destruído pelo meu preconceito.  Uma amiga é que tem razão "tu gostas de homens pequeninos, pouca coisa". Voltei à base, ao que parece a tradição ainda é o que era por estes lados.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Bronquite aguda

Nas questões amorosas sou "trigo limpo farinha amparo". Nem sei bem o que isso quer dizer, mas se o tipo está interessado ele mostra-o, caso contrário, ele desconecta e assim fica resolvido o assunto. É claro que há sempre uma amiga com uma teoria fantástica sobre o aparente desinteresse do "objecto do nosso desejo", desde ter perdido o contacto (que hoje em dia já não é desculpa nenhuma) até às mais criativas e sórdidas e incluem a morte de alguém pelo meio. Um jovem com quem criei uma boa sinergia ficou sem dar notícias durante um mês e voltou à carga, porque sim...e mais amantíssimo que nunca. Antes de o aceitar, liguei a um amigo homem pedindo opinião, se deveria dar o benefício da dúvida, respondeu-me que sim, porque os homens são broncos e nem sempre sabem ler os sinais. Voltámos ao contacto, e sem grandes cobranças, mesmo assim sorrateiramente perguntei-lhe o porquê daquela longa ausência...e não há dúvidas...homens, calhaus, brutos, bestas, mas não podemos viver sem eles, não é verdade?

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Uma questão de fisionomia...

Assusto os homens, dizem. Porque sou desbocada e não controlo a minha opinião, ou pelo menos a forma entusiástica como a dou a conhecer. Faço-a ouvir, alto e bom som, e quando o assunto é realmente sensível termino com "não quero mais discussão". Mesmo assim, acredito ser uma jóia de miúda, simpática, comunicativa, que dá a mão ao seu amigo e com grande disponibilidade para o que der e vier. Que ninguém dúvide, porém, que tenho pêlo na "benta" isso tenho, como diria um nortenho que conheci nas lides cibernéticas e com muita graça, "tu, tu...tu és uma mulher de queixo forte, realmente não deixas um cidadão muito à vontade". Talvez o problema se mantenho mesmo que eu esteja simplesmente de boca fechada.