Morri. É assim que tenho falado de mim ultimamente. Há quem ironize, para cadáver, estou com muito bom aspecto. Não quero pôr termo à vida. No fundo ainda a amo em demasia. Mas só há um pensamento que me percorre a cabeça nestes últimos dias «quem não é para amar e ser amado, não anda cá a fazer nada». Hoje um amigo lembrou-se de mim e bebemos uma Frize. Dei-lhe a notícia em primeira mão, morri. Não me olhou com caridade. Colocou a mão no queixo e concluiu que de quando em vez é bom morrer para voltar a ressuscitar.
