Andam os terrestres todos preocupados porque não sabem realmente o que querem. Baralhados, telefonam-me, angustiados, porque lutam entre o dever e obrigações matrimoniais e desejos de pura luxuria, uma daquelas batalhas de consciência que mais parece uma guerra medieval. Serenamente apresento-lhes mil caminhos para as suas inquietações, porque sou pragmática. Só para a morte não há solução e devia começar a cobrar consultas de aconselhamento. Depois há uma capacidade extraordinária em mim, quando se trata dos outros, eu consigo mandar os valores e a moral toda às couves e ser a maior putéfia. Queres? Força! É nesse ponto que penso que me parece ter demasiada testosterona, se bem que já fiz o teste hormonal e estava tudo no sitio, bom, então sou mesmo muito cabra e assumo que para o bem do matrimónio as testas devem estar enfeitadas. Se fosse cristã, ainda podiam deduzir tratar-se da coroa de espinhos de Jesus Cristo, mas é mesmo um par de cornos, desde que a visada não seja eu. Só aconselho. Deixem-me de fora, por favor.
