Sou eu, a que não pode apanhar, frio ou calor, tudo serve para lhe alterar os humores e as vontades. Ingeri farmácia inteira, entro de férias para a semana e não quero fazê-lo fanhosa, mas o meu corpo sente, toda eu sinto que não estou bem. O que fazer, pergunto à mãe, a mulher que sempre soube todas as respostas às minhas inquietações. Chazinho quente. Assim fiz, o chá, os comprimidos, as pastilhas efervescentes, os rebuçados para a garganta, tudo em sintonia. Eu deitada, mais morta que viva, o gato em cima do meu peito, supervisionando-me, uma espécie de enfermeiro sem bata branca mas de unhas afiadas. É amoroso sim, se não soubesse que enterrou a primeira dona. Em fase delirante, olho-o e penso, sai daqui gato do demónio, estás a ver se já despachaste mais uma ??? Ele tem uma missão, mas eu vou dar-lhe a volta, porque já fiz planos para o meu dia de anos, passado com gente boa, a comer que nem uma alarva e o meu bolinho vai ser um cupcake gigante cheio de cremeeeeeeee....o gato nem julgue boicotar-me! Nem penso duas vezes, vai directo ao tacho e vira coelho à caçador....
